São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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DANUZA LEÃO

Como seríamos felizes


Eu tenho meus amigos, livros, cinemas, televisão, trabalho, passeios. Jujuba só tinha a mim; seu mundo era a minha casa; minha casa e eu


ALGUNS meses já se passaram, mas ainda lembro, todos os dias, da minha Jujuba, que me faz muita falta. E choro. Como posso esquecer daquela coisinha linda, branquinha, de olhos amarelos, que eu adorava e que só tinha a mim na vida para lhe dar carinhos e alegrias? Eu tenho meus amigos, livros, cinemas, televisão, trabalho, passeios. Jujuba só tinha a mim; não passeava na rua, seu mundo era a minha casa; minha casa e eu.
Quando eu chegava, ela me esperava miando, toda feliz com os carinhos que eu lhe dava. E quando eu estava doente ou triste, ela não saía um minuto do meu lado. Estou entrando de férias e minha próxima coluna será em 15 de fevereiro. Não tenho nada de muito significativo a deixar para vocês como despedida, por isso vou repassar o texto que recebi de um leitor, no auge da minha dor, de autor desconhecido, que vai tocar os corações mais sensíveis, sobretudo o dos que tiveram um bichinho e o adoravam.
Alguns vão talvez chorar; não só pela saudade, mas pela beleza das palavras e do quanto desejaríamos que tudo acontecesse exatamente assim, para cruzarmos juntos a Ponte do Arco-Íris. Aí vai:

A ponte do arco-íris (autor desconhecido)
"Neste lado do paraíso existe um lugar chamado ponte do arco-íris. Quando um animal morre, aqueles que foram especialmente queridos por alguém, vai para a ponte do arco-íris. Lá existem campos e colinas para todos os nossos amigos especiais, pois assim eles podem correr e brincar juntos. Lá existe abundância de comida, água e raios de sol, e nossos amigos estão sempre aquecidos e confortáveis. Todos os animais que já ficaram doentes e velhinhos estão renovados e com saúde e vigor; aqueles que foram machucados e mutilados estão perfeitos e fortes novamente, exatamente como nós nos lembramos deles nos nossos sonhos, dos dias que já se foram.
Os animais estão felizes e alegres, exceto por uma coisinha: cada um deles sente saudades de alguém que foi deixado para trás. Todos eles correm e brincam juntos, mas chega um dia em que um deles para de repente e olha fixo na distância. Seus olhos brilhantes estão atentos; seu corpo fica impaciente e começa a tremer levemente. De repente, ele se separa do grupo, voando por sobre a grama verde, mais e mais rápido.
Você foi visto, e quando você e seu amigo especial finalmente se encontrarem, ficarão unidos num reencontro de alegria, para nunca mais se separarem. Os beijos de felicidade vão chover na sua face; suas mãos vão novamente acariciar a tão amada cabecinha, e você vai olhar mais uma vez dentro daqueles olhos cheios de confiança, que há muito tempo haviam partido da sua vida, mas que nunca haviam se ausentado do seu coração. Então vocês, juntos, cruzarão a ponte do arco-íris."
Esse é o texto, e eu penso em como seríamos felizes se tivéssemos a certeza de que isso aconteceria, não só com os bichos mas também com as pessoas que tanto amamos e se foram. Quem sabe?

danuza.leao@uol.com.br


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