São Paulo, segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANTÔNIO REZENDE GUEDES (1947-2010)

O mineiro gostava de astronomia, geografia e Raul Seixas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em suas muitas andanças, o mineiro de Juiz de Fora Antônio Rezende Guedes costumava deixar pelo caminho alguns relógios, que não funcionavam à noite. Eram assim porque precisavam da luz do sol para dar a hora. Astrônomo, geógrafo e professor aposentado do departamento de geociências da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), onde lecionou de 1987 a 2005, ele fez relógios até em Cuba. Dizia sempre: "O Sol ilumina, e a sombra ensina".
Era um homem excêntrico, cuja história de vida é cheia de peculiaridades. Anarquista, Antônio integrou movimentos de esquerda na ditadura. Foi preso e torturado. O amigo e prefeito da pequena Passa-Vinte (MG), Tales Antônio da Fonseca, conta que lhe foi dado pelo governo o direito de receber indenização, mas que o valor nunca foi pago.
Era amigo de Raul Seixas, cuja música ele admirava, e contava ter conhecido Che Guevara. Também integrou ordens esotéricas -vestia-se cheio de paramentos.
Preocupado com a educação em certas áreas, organizava seminários sobre ambiente. Também adorava ficar mergulhado no "liquidificador", como apelidou uma hidromassagem natural no Parque Estadual do Ibitipoca (MG). Ultimamente, foi a Cuba a fim de fazer um tratamento homeopático para problemas do coração. Morreu na quarta, aos 62, de problemas cardíacos. Deixa uma filha.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Novos casos de diarreia preocupam litoral norte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.