São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 2011

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ITALO CENCINI (1924-2011)

Um desenhista paulistano esquecido pelo público

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em 1997, a Casa das Rosas, em SP, organizou uma retrospectiva com 130 trabalhos de Italo Cencini, no projeto "Resgates Culturais".
Desenhista e pintor paulistano, Italo despontou na década de 50, expôs dentro e fora do país e participou de três bienais. Sua produção, porém, caiu no esquecimento.
Caracterizado pela sutileza, ele usava vareta de bambu para desenhar mulheres nuas e figuras mitológicas.
Para o amigo e sociólogo Ottaviano de Fiore, Italo não acompanhou a explosão pop dos anos 60 nem politizou seu trabalho, como outros artistas, o que contribuiu para que se isolasse do público.
O desenhista, filho de um imigrante italiano que era barbeiro e fotógrafo, também ensinou artes e trabalhou como ilustrador nesta Folha.
Como lembra o amigo, ele era um grande imitador e, se tivesse tentado a carreira de ator, teria feito sucesso.
Certa vez, quando o diretor de cinema austríaco Erich von Stroheim visitou SP, Italo foi até ele e, com uma pronúncia perfeita, deu início a uma conversa em alemão. Detalhe: ele não sabia a língua. Só fingiu que falava.
O artista teve dois filhos com Suely Cencini, proprietária de uma confecção. Como deixou um acervo enorme, a família agora pensa em organizar uma exposição sua, como conta a filha, Julia.
Devido a um AVC (acidente vascular cerebral), Italo morreu na quarta, aos 86.
Deixa dois netos. Um deles, Luka, 12, que desenha, fez uma caricatura para homenagear o avô após sua morte. A missa do sétimo dia será na quinta, às 12h, na igreja São José, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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