São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2001

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MP investiga Canhedo e Estevão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois assaltantes ouvidos pela PF durante as investigações sobre o roubo ao aeroporto de Brasília acusam, sem provas, os empresários Wagner Canhedo e Luiz Estevão de envolvimento no episódio. A acusação levou o Ministério Público a pedir um novo inquérito para apurar se houve responsabilidade dos acusados.
Canhedo e Estevão foram acusados nos depoimentos de terem dado apoio à megaquadrilha. Além disso, dois dos principais acusados, Marcelo Moacir Borelli e Roberto Soriano, confirmaram em juízo as acusações.
O primeiro depoimento a aparecer contra o empresário Wagner Canhedo foi o de Oséas Aquino, acusado pelo assassinato de um dos membros da quadrilha. Aquino está preso na superintendência da PF em Brasília e diz ter participado do assalto.
Aquino deu três depoimentos à polícia e ao Ministério Público. Nos dois últimos, ele afirmou que Canhedo e seu filho, Wagner Canhedo Filho, teriam informado à quadrilha sobre o carregamento de ouro que chegaria no avião da Vasp. Um suposto funcionário da empresa de aviação Brata (também de Canhedo), que usava o codinome Ubiratan, teria também dado informações à quadrilha. Aquino afirmou também que parte do ouro roubado teria sido entregue a Ubiratan. A empresa nega que exista um funcionário com esse nome.
O depoimento que acusa o ex-senador Luiz Estevão é do assaltante de cargas Cleverson Pereira da Cruz, preso em Uberlândia (MG). Ele afirmou que tinha contato com vários integrantes da quadrilha e que soube, por eles, de detalhes do roubo. Um desses detalhes seria a utilização, na fuga, da pista de pouso de uma suposta fazenda de Luiz Estevão, em Luziânia (GO).
A PF afirma ainda que não avançou nas investigações sobre Estevão e Canhedo porque havia prazo para encerrar o inquérito e não havia nenhuma evidência forte do envolvimento dos dois.


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