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MEC veta 10 mil vagas em vestibular de curso a distância
Medida vale para 5 universidades privadas, entre elas Unip e Estácio de Sá, as maiores do país
Segundo ministério, escolas mantinham sem permissão 108 polos de apoio, onde
os alunos devem cumprir carga presencial obrigatória
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação
anunciou ontem a proibição da
entrada de alunos em cursos a
distância de cinco universidades privadas, incluindo Unip e
Estácio de Sá, as duas maiores
particulares do país.
Segundo o governo, 108 polos
(pontos de apoio presenciais
obrigatórios) dessas instituições não estão credenciados e,
por isso, não podem oferecer
vagas no vestibular deste ano.
Elas têm outros polos regulares,
liberados para oferecer vagas.
Polos são locais em que o alunos devem cumprir a carga presencial obrigatória nos cursos a
distância. Devem ainda oferecer bibliotecas, laboratórios e
computadores para consulta.
A estimativa do MEC é que,
ao todo, os 108 polos irregulares receberiam 10 mil alunos.
Além de Unip e Estácio, estão
na relação a Cesumar (PR), a
Finom (MG) e a Unisa (SP).
A maioria dos locais não autorizados, de acordo com o ministério, estava na Unip: 76.
Para o secretário de Educação a Distância do governo Lula, Carlos Bielschowsky, a escola "deixa a desejar". "A Unip vai
melhorar, mas precisa de mais
docentes e melhorar o atendimento e o material didático."
Na Estácio, foram sete polos
irregulares, mas o MEC ainda
investiga a existência de outros.
Fiscalização
O veto ao vestibular já está
valendo -quem, eventualmente, já tiver realizado seleção nos
108 polos deve suspendê-la. As
escolas, porém, têm dez dias
para se explicar. O MEC pode
até descredenciá-las.
Os procedimentos de fiscalização do MEC foram elogiados
por Oscar Hipólito, ex-diretor
do Instituto de Física da USP-São Carlos e pesquisador do
Instituto Lobo. "Não sei a situação desses polos, mas o ministério tem sido rígido. O que é
correto, porque a qualidade
tem de ser preservada. Muitos
abriram polos sem estrutura."
Pesquisadora da FGV-SP e
do Insper, Marta Maia também
elogiou a decisão. "Cabe ao
MEC dizer ao aluno se aquele
curso tem qualidade."
A lógica tem sido criticada
pela Abed (associação brasileira de educação a distância), que
avalia que o setor deve ter liberdade para crescer -mercado e
alunos definem quem tem qualidade. A fiscalização, que já fechou 5.613 polos, ocorre num
momento de crescimento do
setor: desde 2004, as matrículas aumentaram 12 vezes.
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