São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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Prefeitura despeja entulho em córrego

Folha flagra funcionários jogando o que sobrou de desapropriação de barracos em área onde há risco de enchente

Córrego da zona oeste que ficou praticamente assoreado por causa do entulho está a menos de 200 m do rio Tietê

APU GOMES
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Funcionários da Prefeitura de São Paulo arremessaram o que sobrou da desapropriação de barracos da favela do Sapo dentro do córrego Água Branca, que passa pelo local.
A ação foi flagrada pela Folha anteontem.
A Secretaria Municipal de Habitação informou que o entulho jogado proveniente dos imóveis construídos sobre o próprio rio.
A ação pode piorar as inundações na várzea da Barra Funda (zona oeste), sujeita a enchentes.
No total, 87 famílias seriam retiradas das margens do córrego nesta semana, mas, até ontem, a prefeitura retirou apenas 17.
Após reunião com moradores, que estão em área considerada de risco, a operação foi paralisada.
A situação das famílias será reavaliada a partir de hoje pelos órgãos públicos.
O Água Branca é um dos córregos que cortam a várzea da Barra Funda. O trecho que ficou praticamente assoreado por causa do entulho dos barracos está a menos de 200 metros do rio Tietê.
Fica perto também da avenida Marquês de São Vicente, na altura dos centros de treinamento do São Paulo e do Palmeiras. Trechos da via costumam encher durante as chuvas na capital paulista.
Segundo a prefeitura, a operação na favela visa a reurbanização do local.
Das famílias que seriam retiradas nesta semana, apenas 30 estão no cadastro da prefeitura. Essas pessoas receberão o bolsa-aluguel de R$ 300 mensais até a entrega da moradia definitiva -elas vão continuar a morar na mesma região.
As 57 famílias restantes vão ter que voltar para as áreas de origem, diz a Sehab.
RECLAMAÇÃO
Ontem, os moradores da região reclamaram da truculência na desapropriação. Segundo eles, móveis e eletrodomésticos foram também jogados no córrego.
Os barracos começaram a ser destruídos, disseram moradores, sem que houvesse a preocupação de saber se eles estavam ou não habitados. A secretaria não comentou.


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