São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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Prouni encolhe, apesar de alta na procura

Em 2010, número de bolsas concedidas recuou 5%, apesar de crescimento de cerca de 40% no total de inscritos

Para o ministério, oscilação dos números é "natural'; especialistas têm explicações diferentes para o fato

ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

Uma das principais iniciativas do Ministério da Educação para aumentar o número de universitários no país, o Prouni (Programa Universidade para Todos) teve uma queda no número de bolsas concedidas e oferecidas no ano passado, apesar de a demanda ter crescido 40%.
Criado em 2005, o programa cresceu a taxas de 18% e 29% em 2008 e 2009. Em 2010, porém, o número de selecionados recuou 5%, para 152.691, quase 9.000 a menos do que no ano anterior.
O programa paga 50% ou 100% da mensalidade em instituições de ensino particular para alunos com nota mínima de 400 pontos no Enem e renda familiar mensal de até três salários mínimos per capita.
Em troca, essas universidades recebem isenção de alguns tributos.

OSCILAÇÃO "NATURAL"
A queda na concessão de bolsas não se revela um problema de demanda por ensino superior, pois a quantidade de inscrições para o programa cresceu cerca de 40%, chegando a 1,4 milhão.
De acordo com o Ministério da Educação, a queda no número de novos alunos se deve a uma oscilação "natural" -o total de bolsas concedidas já tinha sofrido uma pequena queda entre os anos de 2006 e 2007.
Para o consultor Carlos Monteiro, isso será comprovado ou não nos próximos anos, mas há descompasso entre a vontade dos alunos e os cursos oferecidos.

PROPORÇÃO
Um exemplo: no último processo seletivo, 361 mil alunos disputaram 31 mil bolsas na área de licenciatura. Por outro lado, em outros cursos sobraram ao todo 88 mil bolsas, por falta de interessados aptos.
"Temos as vagas e temos os interessados, mas estamos desperdiçando bolsas", afirma o pesquisador em educação Oscar Hipólito.
Em sua avaliação, o governo deve investir na expansão do financiamento estudantil para permitir que os alunos que não podem pagar tenham acesso ao ensino superior caso não sejam contemplados pelo Prouni.
Já de acordo com Jacques Schwartzman, da Universidade Federal de Minas Gerais, a queda no total de bolsas concedidas pode indicar que o Prouni atingiu seu teto de crescimento.


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