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"É uma imagem forte, impactante", afirma católico
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de cinco semanas
sendo exposto nas missas dominicais, o feto em resina
-equivalente em tamanho a 12
semanas de gravidez- é ignorado por grande parte dos freqüentadores na igreja Nossa
Senhora da Paz, em Ipanema.
Como católicos, a maioria se
diz contra o aborto, com exceção de alguns casos como estupro e risco de vida para a mãe,
como hoje está previsto em lei.
"Acho legal para a gente ver
que já está todo formado. Pesa
na consciência", disse a estudante Tatiane Pecly, 19, que
afirma ser contra o aborto.
Como alguns padres só citam
o feto como símbolo da vida em
meio ao sermão, ele acaba sendo incorporado à liturgia da
missa e alguns fiéis nem o
vêem. Algumas pessoas confundem a réplica com a imagem do Menino Jesus.
"É uma imagem forte, impactante. Reforça a opinião da
igreja contra o aborto", declarou Walid Silva, 32. A namorada dele, a médica Clarissa Loureiro Rodrigues, 26, não tinha
reparado na presença do feto.
Imagem forte
"No começo achei meio mórbido, me chocou. Mas, depois,
achei interessante porque você
vê que, óbvio, já tem vida. Independente de concordar com a
posição da igreja ou não, tem
um impacto. Acho que as pessoas se conscientizam que é
uma vida porque já está formado, com olho e tudo", disse o
publicitário Carlos Lins, 26.
Mesmo quem admite que é a
favor do aborto em casos específicos, acha que a imagem funciona para convencer. "Acho
bom porque se vê a materialização da vida. É uma lembrança visual. Pode mexer com as
pessoas que têm mais fé, que
incorporam mais a igreja, através da culpa. Se bem que não
acho bom que ninguém faça nada com sentimento de culpa",
declarou o economista Aluísio
Pellegrini, 64, que se diz favorável ao aborto em alguns casos
de gravidez indesejada.
(MALU TOLEDO)
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