São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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"É uma imagem forte, impactante", afirma católico

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de cinco semanas sendo exposto nas missas dominicais, o feto em resina -equivalente em tamanho a 12 semanas de gravidez- é ignorado por grande parte dos freqüentadores na igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
Como católicos, a maioria se diz contra o aborto, com exceção de alguns casos como estupro e risco de vida para a mãe, como hoje está previsto em lei.
"Acho legal para a gente ver que já está todo formado. Pesa na consciência", disse a estudante Tatiane Pecly, 19, que afirma ser contra o aborto.
Como alguns padres só citam o feto como símbolo da vida em meio ao sermão, ele acaba sendo incorporado à liturgia da missa e alguns fiéis nem o vêem. Algumas pessoas confundem a réplica com a imagem do Menino Jesus.
"É uma imagem forte, impactante. Reforça a opinião da igreja contra o aborto", declarou Walid Silva, 32. A namorada dele, a médica Clarissa Loureiro Rodrigues, 26, não tinha reparado na presença do feto.

Imagem forte
"No começo achei meio mórbido, me chocou. Mas, depois, achei interessante porque você vê que, óbvio, já tem vida. Independente de concordar com a posição da igreja ou não, tem um impacto. Acho que as pessoas se conscientizam que é uma vida porque já está formado, com olho e tudo", disse o publicitário Carlos Lins, 26.
Mesmo quem admite que é a favor do aborto em casos específicos, acha que a imagem funciona para convencer. "Acho bom porque se vê a materialização da vida. É uma lembrança visual. Pode mexer com as pessoas que têm mais fé, que incorporam mais a igreja, através da culpa. Se bem que não acho bom que ninguém faça nada com sentimento de culpa", declarou o economista Aluísio Pellegrini, 64, que se diz favorável ao aborto em alguns casos de gravidez indesejada.
(MALU TOLEDO)


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