São Paulo, quarta, 11 de março de 1998

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Duas pessoas ficaram feridas em acidente que provocou incêndio em empresa de São Paulo
Explosão mata um em laboratório

da Reportagem Local

A auxiliar de laboratório Clemilda Aviz Costa, 24, morreu ontem após uma explosão seguida de incêndio na empresa onde trabalhava, o laboratório Blanver Farmoquímica, no km 25,5 da rodovia Raposo Tavares, em Cotia (Grande São Paulo).
Outras duas pessoas ficaram feridas, com queimaduras. A explosão aconteceu por volta das 11h30, no térreo da empresa, onde fica uma máquina para prensar comprimidos.
A causa do acidente ainda é desconhecida. Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros João Luiz de Campos, a explosão não teve foco definido -aconteceu no ambiente todo.
"Acredito que possa ter sido algum produto químico, mas somente a perícia vai poder confirmar", disse o capitão.
De acordo com o empresário Giusepe Frangioni, dono do laboratório, no térreo ficavam estocadas amostras de celulose microcristalina -material usado para dar volume aos remédios em forma de comprimidos.
Frangioni afirmou que esse material não é inflamável nem explosivo.
A explosão e o incêndio destruíram todo o térreo do prédio e causaram danos aos outros dois andares. Os bombeiros chegaram às 11h50 e levaram 15 minutos para apagar o fogo.
Sete carros no estacionamento da empresa, entre eles um Mercedes-Benz, ficaram parcialmente destruídos. "O calor fez borbulhar os faróis do Mercedes", disse o capitão Campos.
O delegado Luiz Carlos Santos, da delegacia de Cotia -que fica perto do laboratório- assistiu a explosão. "Houve um estrondo fraco e depois uma explosão gigantesca, que formou um cogumelo de fumaça", disse.
Clemilda era a única pessoa que estava no térreo e morreu na hora. Os dois feridos, a auxiliar de enfermagem Roseli de Andrade, 29, e o técnico João Pires estavam no andar de cima.
No momento da explosão havia cerca de 15 pessoas no prédio. Os funcionários tiveram dificuldades de sair por causa da fumaça. O empresário Frangioni pulou de sua sala, no terceiro andar, para uma laje no segundo, e acabou levando choques nos fios do sistema de alarme.
O empresário disse que não tem idéia do prejuízo. "Está tudo no seguro. O problema é a perda da funcionária", disse.
Clemilda era casada e tinha duas filhas. Ela começou a trabalhar no Blanver como faxineira e foi promovida após fazer um curso na própria empresa.
(RENATO KRAUSZ)


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