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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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BARBARA GANCIA

Não se deve subestimar um alcoólatra recuperado

Vem cá: a guerra de Bush não ia virar um Vietnã? E a invasão do Iraque não ia estraçalhar a economia mundial?
Há duas décadas, um estudo realizado entre oficiais da Marinha norte-americana concluiu que aqueles militares que são alcoólatras recuperados, ou seja, dependentes de álcool que não bebem, obtêm o dobro de promoções do que os oficiais que não padecem da doença. Não se deve subestimar um alcoólatra recuperado. E muito menos alguém que conseguiu dominar a doença e se tornar presidente dos EUA.
Bush não invadiu o Iraque atrás do petróleo ou de armas de destruição em massa. Se quisesse o petróleo iraquiano, ele poderia ter comprado Saddam Hussein e economizado um bocado de dinheiro. Quanto às armas de destruição, se elas existem, a esta hora devem estar bem guardadas na Síria dominada pelo Baath, uma réplica do partido ao qual pertence Saddam Hussein.
Bush invadiu o Iraque para acabar com um novo tipo de arma inventada no Oriente Médio, contra a qual nenhum armamento norte-americano, por mais tecnológico que seja, pode se mostrar eficaz: o terrorista suicida. No campo de batalha, os americanos estão preparados para qualquer guerra. Mas como lidar com uma arma tão poderosa quanto a usada nos ataques de 11 de setembro, que, de uma só tacada, minou o moral americano, reduziu o turismo a migalhas e levou as duas maiores companhias aéreas do país à bancarrota?
Clinton tentou fazer a paz no Oriente Médio por bem e olha no que deu: Rabin foi assassinado e as torres gêmeas, destruídas. Contra a vontade do pai, depois de 11 de setembro, Bush resolveu seguir à risca o ideário do professor Paul Wolfowitz, que atuou no governo de Ronald Reagan, de que a melhor cura contra o fanatismo é a democracia. Onde houver democracia, prega Wolfowitz, e, consequentemente, um mínimo de instrução, será mais difícil convencer alguém a sacrificar a própria vida em nome de Allah para subir aos céus e ser recompensado pelos afagos de mil virgens.
 
Quando o carro de Barrichello retornou aos boxes depois do GP em Interlagos, o motor voltou a funcionar. Ou seja, o tanque não estava completamente vazio. Na minha modestíssima opinião, Barrica confiou na meteorologia da Globo e ajustou o carro para pista seca. Como apostou errado, resolveu dar show e levantar a galera. Preferiu abandonar em primeiro a ser ultrapassado por dois ou três carros na parada de reabastecimento.


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