|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
Não se deve subestimar um alcoólatra recuperado
Vem cá: a guerra de Bush
não ia virar um Vietnã? E a
invasão do Iraque não ia estraçalhar a economia mundial?
Há duas décadas, um estudo
realizado entre oficiais da Marinha norte-americana concluiu
que aqueles militares que são alcoólatras recuperados, ou seja,
dependentes de álcool que não
bebem, obtêm o dobro de promoções do que os oficiais que não padecem da doença. Não se deve subestimar um alcoólatra recuperado. E muito menos alguém que
conseguiu dominar a doença e se
tornar presidente dos EUA.
Bush não invadiu o Iraque
atrás do petróleo ou de armas de
destruição em massa. Se quisesse
o petróleo iraquiano, ele poderia
ter comprado Saddam Hussein e
economizado um bocado de dinheiro. Quanto às armas de destruição, se elas existem, a esta hora devem estar bem guardadas na
Síria dominada pelo Baath, uma
réplica do partido ao qual pertence Saddam Hussein.
Bush invadiu o Iraque para
acabar com um novo tipo de arma inventada no Oriente Médio,
contra a qual nenhum armamento norte-americano, por mais tecnológico que seja, pode se mostrar
eficaz: o terrorista suicida. No
campo de batalha, os americanos
estão preparados para qualquer
guerra. Mas como lidar com uma
arma tão poderosa quanto a usada nos ataques de 11 de setembro,
que, de uma só tacada, minou o
moral americano, reduziu o turismo a migalhas e levou as duas
maiores companhias aéreas do
país à bancarrota?
Clinton tentou fazer a paz no
Oriente Médio por bem e olha no
que deu: Rabin foi assassinado e
as torres gêmeas, destruídas. Contra a vontade do pai, depois de 11
de setembro, Bush resolveu seguir
à risca o ideário do professor Paul
Wolfowitz, que atuou no governo
de Ronald Reagan, de que a melhor cura contra o fanatismo é a
democracia. Onde houver democracia, prega Wolfowitz, e, consequentemente, um mínimo de instrução, será mais difícil convencer
alguém a sacrificar a própria vida
em nome de Allah para subir aos
céus e ser recompensado pelos
afagos de mil virgens.
Quando o carro de Barrichello
retornou aos boxes depois do GP
em Interlagos, o motor voltou a
funcionar. Ou seja, o tanque não
estava completamente vazio. Na
minha modestíssima opinião,
Barrica confiou na meteorologia
da Globo e ajustou o carro para
pista seca. Como apostou errado,
resolveu dar show e levantar a galera. Preferiu abandonar em primeiro a ser ultrapassado por dois
ou três carros na parada de reabastecimento.
Texto Anterior: Em protesto, motoristas despejam quase 35 toneladas de lixo nas ruas Próximo Texto: Qualquer nota Índice
|