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Pernambuco agora é 3º no ranking de mortes
Em três anos, índice de vítimas da violência no Estado continua alto, mas foi superado por Alagoas e Espírito Santo
Para coordenador do Mapa da Violência, criminalidade está "pulverizada" com aumento da repressão em locais como Rio e São Paulo
CRISTINA MORENO DE CASTRO
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
Considerados durante anos
os Estados mais violentos do
país, Rio de Janeiro e Pernambuco perderam o posto. Levantamento feito pela Folha com
base em dados de 2008 mostra
que Alagoas e Espírito Santo
agora lideram o ranking de homicídios no país.
Em 2005, segundo o último
levantamento feito pelo Ministério da Justiça, Pernambuco e
Rio lideravam as estatísticas de
homicídios. Agora, ocupam o
terceiro e quarto lugares.
Na comparação entre os dados de 2008 e os de 2005, é
possível ver que a violência aumentou nos quatro Estados
-mas em Alagoas e no Espírito
Santo o aumento foi maior. No
Rio, o índice de homicídios por
100 mil habitantes passou de
40,5 (2005) para 45,1 (2008);
em Pernambuco, de 48 para
51,6. Já no Espírito Santo, o aumento foi de 37,7 para 56,6; e
em Alagoas, de 37,2 para 66,2.
O levantamento em todos os
Estados do país levou em conta
um critério único, usado pelo
Ministério da Justiça: a soma
de assassinatos, latrocínios e
lesões seguidas de morte, inclusive homicídios decorrentes
de confrontos com policiais.
Os dados foram repassados
pelas secretarias da Segurança
e se baseiam em boletins de
ocorrência -exceto Goiás, que
computa os dados após a conclusão de inquéritos policiais.
Roraima é o Estado com o
melhor índice (10,6 por 100
mil) -acima, porém, do que a
OMS (Organização Mundial da
Saúde) considera como zona
epidêmica de homicídios: a
partir de dez assassinatos por
100 mil habitantes.
O levantamento inclui dados
completos de 23 Estados e do
Distrito Federal. Minas Gerais
não repassou dados do último
trimestre. Piauí só tinha dados
da capital, Teresina. Pará e o
Amapá não informaram.
Para Julio Jacobo Waiselfisz,
autor do Mapa da Violência,
que usa dados do sistema de
saúde para calcular taxas de
morte, alguns pontos podem
justificar a mudança. "Ao aumentar a repressão nos centros
tradicionais, como Rio e São
Paulo, pulverizou-se a criminalidade." Para ele, "dinâmicas
locais, como pistolagem e narcotráfico" também explicam
essa nova disposição.
Cláudio Beato, coordenador
do Crisp (Centro de Estudos de
Criminalidade e Segurança Pública), afirma que é difícil comparar Estados. Ele diz ainda
que "a greve da polícia [de
agosto de 2007 a fevereiro de
2008] em Alagoas pode estar se
refletindo na taxa".
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