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Prefeitura vai recalcular bônus de operação urbana
Empreiteiras compram os títulos para poder construir acima do permitido
Revisão vai afetar região da Faria Lima, onde segundo secretário, há potencial construtivo, mas poucos papéis a serem negociados
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo vai
refazer os cálculos dos bônus
que permitem que empreiteiras construam acima dos limites mínimos permitidos pelo
zoneamento. A revisão afetará
os títulos referentes à Operação Urbana Faria Lima e deve
permitir a emissão de mais papéis para acompanhar o potencial de construção da região.
A emissão dos títulos, denominados Cepacs, funciona da
seguinte forma: se o terreno
tem 1.000 m2, o máximo que
pode ser construído é 1.000 m2
naquela área. A empresa "compra" um número correspondente de Cepacs para poder
construir acima disso, até o teto de 4.000 m2.
No caso da Operação Urbana
Faria Lima (na zona oeste da
capital paulista) -que inclui as
avenida Brigadeiro Faria Lima,
Juscelino Kubitschek e Hélio
Pellegrino, o largo da Batata e
trechos da Vila Olímpia e do
Itaim Bibi-, ainda há estoque
disponível de metros quadrados, mas há poucos Cepacs a
serem negociados.
"Você tem setores a serem
desenvolvidos e os Cepacs já
estão terminando", afirmou Ricardo Yazbek, vice-presidente
do Secovi (sindicato do mercado imobiliário) e membro do
conselho gestor da Operação
Urbana Faria Lima.
Sem prazo
O secretário municipal de
Desenvolvimento Econômico
e Trabalho, Marcos Cintra,
concorda que atualmente
há problema. "O estoque de Cepacs da Faria Lima está
descasado com o estoque de
potencial construtivo. Isso justifica uma análise mais detalhada da situação."
Cintra afirmou que não há
prazo para uma solução definitiva, mas disse que vai discutir o
assunto com o conselho
gestor da operação urbana
e com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano para tomar
uma decisão.
Para qualquer alteração é
preciso refazer a lei da operação urbana, que terá de ser
aprovada na Câmara.
Novas áreas
Além de revisar os cálculos
da Operação Urbana Faria Lima a Prefeitura de São Paulo
estuda também a implantação
de novas operações urbanas na
cidade. A primeira delas pode
ser feita ainda neste ano, na região da Vila Sônia.
O Plano Diretor da cidade,
aprovado em 2002, criou uma
série de operações urbanas, inclusive a da Vila Sônia, mas a
maioria não saiu do papel.
A ideia das operações urbanas é estimular o crescimento
imobiliário de regiões com
potencial de aproveitamento e
interessantes para o mercado
imobiliário, com empreendimentos comerciais e residenciais, mas sempre respeitando a
vocação local.
No caso da Vila Sônia, por
exemplo, por mais que sejam
instaladas empresas, a vocação
local é mais residencial -a operação urbana será feita no entorno de uma futura estação de
metrô da nova linha 4-amarela.
Situação diferente, por
exemplo, da operação Rio
Verde-Jacu, na zona leste
da capital paulista, área residencial e onde o principal objetivo é estimular a instalação
de empresas.
Também estão previstas
operações urbanas no eixo dos
trilhos da CPTM na Vila Leopoldina-Jaguaré (zona oeste) e
no Ipiranga-Mooca, divisa das
zonas sul e leste.
(EVANDRO SPINELLI)
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