São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Prefeitura vai recalcular bônus de operação urbana

Empreiteiras compram os títulos para poder construir acima do permitido

Revisão vai afetar região da Faria Lima, onde segundo secretário, há potencial construtivo, mas poucos papéis a serem negociados


DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo vai refazer os cálculos dos bônus que permitem que empreiteiras construam acima dos limites mínimos permitidos pelo zoneamento. A revisão afetará os títulos referentes à Operação Urbana Faria Lima e deve permitir a emissão de mais papéis para acompanhar o potencial de construção da região.
A emissão dos títulos, denominados Cepacs, funciona da seguinte forma: se o terreno tem 1.000 m2, o máximo que pode ser construído é 1.000 m2 naquela área. A empresa "compra" um número correspondente de Cepacs para poder construir acima disso, até o teto de 4.000 m2.
No caso da Operação Urbana Faria Lima (na zona oeste da capital paulista) -que inclui as avenida Brigadeiro Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Hélio Pellegrino, o largo da Batata e trechos da Vila Olímpia e do Itaim Bibi-, ainda há estoque disponível de metros quadrados, mas há poucos Cepacs a serem negociados.
"Você tem setores a serem desenvolvidos e os Cepacs já estão terminando", afirmou Ricardo Yazbek, vice-presidente do Secovi (sindicato do mercado imobiliário) e membro do conselho gestor da Operação Urbana Faria Lima.

Sem prazo
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Marcos Cintra, concorda que atualmente há problema. "O estoque de Cepacs da Faria Lima está descasado com o estoque de potencial construtivo. Isso justifica uma análise mais detalhada da situação."
Cintra afirmou que não há prazo para uma solução definitiva, mas disse que vai discutir o assunto com o conselho gestor da operação urbana e com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano para tomar uma decisão.
Para qualquer alteração é preciso refazer a lei da operação urbana, que terá de ser aprovada na Câmara.

Novas áreas
Além de revisar os cálculos da Operação Urbana Faria Lima a Prefeitura de São Paulo estuda também a implantação de novas operações urbanas na cidade. A primeira delas pode ser feita ainda neste ano, na região da Vila Sônia.
O Plano Diretor da cidade, aprovado em 2002, criou uma série de operações urbanas, inclusive a da Vila Sônia, mas a maioria não saiu do papel.
A ideia das operações urbanas é estimular o crescimento imobiliário de regiões com potencial de aproveitamento e interessantes para o mercado imobiliário, com empreendimentos comerciais e residenciais, mas sempre respeitando a vocação local.
No caso da Vila Sônia, por exemplo, por mais que sejam instaladas empresas, a vocação local é mais residencial -a operação urbana será feita no entorno de uma futura estação de metrô da nova linha 4-amarela.
Situação diferente, por exemplo, da operação Rio Verde-Jacu, na zona leste da capital paulista, área residencial e onde o principal objetivo é estimular a instalação de empresas.
Também estão previstas operações urbanas no eixo dos trilhos da CPTM na Vila Leopoldina-Jaguaré (zona oeste) e no Ipiranga-Mooca, divisa das zonas sul e leste.
(EVANDRO SPINELLI)


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