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Estudar em escola top não garante vaga na USP
Datafolha mostra que formação reflete no salário e na empregabilidade
Pesquisa encomendada por colégios aponta que menos de 30% dos ex-alunos estudaram na universidade; desemprego não chega a 7%
PATRÍCIA GOMES
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudar em um bom colégio
de São Paulo pode até ajudar na
hora de conseguir um emprego
e um bom salário, mas não é garantia de aprovação na primeira opção de universidade dos
alunos -a USP, para a maioria.
De acordo com uma pesquisa
encomendada por um grupo de
11 escolas tradicionais da cidade ao Datafolha, com mensalidade média de R$ 1.600 no ensino médio, cerca de 60% de ex-alunos dessas instituições queriam estudar na USP, mas nem
30% estudaram lá.
Apesar da vontade de se matricular em um curso da Universidade de São Paulo, foram
nos bancos de instituições como PUC, Mackenzie, Faap e
Unip que esses alunos mais
acabaram se sentando.
Sylvia Gouvêa, assessora estratégica da Eduqual, grupo
que idealizou a pesquisa, e diretora de uma das escolas participantes, esse fenômeno se explica, principalmente, pela ascensão de boas faculdades particulares que se apresentam também como boas opções.
"Não é determinante para o
sucesso profissional que os alunos estudem na USP", diz
Sylvia. Os dados corroboram a
opinião da educadora. Mesmo
de não tendo cursado a universidade dos sonhos, os egressos
dessas escolas estão hoje empregados e com salários relativamente bons (entre cinco e 20
salários mínimos para os formados no ensino médio entre
nove e 25 anos).
A taxa de desemprego, considerando as duas faixas com
pessoas formadas há mais tempo, não passa de 7%. A pesquisa
dividiu os entrevistados em
três faixas, sendo a primeira
composta por alunos que completaram o ensino médio entre
cinco e nove anos atrás; a segunda, entre dez e 15; a terceira,
entre 16 e 25 anos atrás.
A pesquisa foi feita por telefone com 1.500 egressos das escolas Arbos, Bandeirantes,
CEB, Elvira Brandão, Gracinha
(Nossa Senhora das Graças),
Lourenço Castanho, Oswald de
Andrade, Rainha da Paz, Sion e
Vera Cruz. Um colégio participante pediu para que seu nome
não fosse identificado.
Rede profissional
Na pesquisa, 89% de ex-alunos disseram manter algum tipo de contato com os colegas de
classe. Apesar de terem seguido
caminhos bastante diversos, as
amigas Yara Gusmão, Isabel
Falleiros, Julia Musa, Patrícia
Moll, Luiza Proença e Luisa
Mascarenhas se encontram, no
mínimo, a cada 15 dias. Elas se
formaram em 2000 no ensino
médio do Gracinha.
Os encontros dão um empurrãozinho também na vida profissional. Patrícia, por exemplo,
é uma jornalista que trabalha
com gastronomia, enquanto
Luiza Proença é uma relações-públicas engajada com o terceiro setor. Juntas, conseguiram
fazer um projeto de aproveitamento de alimentos para a
ONG onde Luiza trabalha.
A proximidade é ajudada pelo celular e pela internet. "Antes, queríamos que todas estivessem juntas, o que acabava
não dando certo", conta Yara.
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