São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Pacaembu completa 70 anos e prepara projeto de ampliação

Projeto prevê que número de assentos do estádio seja aumentado de 40 mil para 45 mil; estacionamento e restaurantes devem ser construídos no local

ANA PAULA BONI
OCIMARA BALMANT
DA REVISTA DA FOLHA

Casa do Corinthians, piscina para os dias quentes, pista de cooper. Cada frequentador vê o Pacaembu a seu modo. Nascido como Estádio Municipal, sempre carregou a marca de um complexo esportivo. Há quem só pise no estádio; há outros que batem ponto no clube, hoje mais de 33 mil associados. São usuários de todos os cantos da cidade, o que não ocorria antes de 2007, quando só moradores da região podiam ter a carteira
Em 27 de abril, o Pacaembu completa 70 anos. Ao longo destas sete décadas, o estádio passou por duas grandes reformas, na década de 1970 e em 2007. Agora, prepara-se para uma nova mudança. A ideia não visa a Copa de 2014, mas adequar o espaço a um padrão internacional proposto pela Fifa -com estacionamento e restaurantes, por exemplo.
Nessa onda de alterações, a prefeitura estuda aumentar a capacidade para 45 mil assentos (hoje são 40 mil). Na última semana, o Pacaembu também foi alvo da CBF: foi o primeiro estádio brasileiro visitado por técnicos que pensam um projeto modelo para a venda de cadeira numerada.
No mês de seu aniversário, a história do Pacaembu é contada a seguir por seus frequentadores, desde o funcionário mais antigo até a criança que treina na escola de futebol do clube (leia mais ao lado).

Diverso
O assessor de administração do estádio, Luiz Afonso de Andrade, trabalha no local desde 1969. "Era para fazer serviços gerais, varrição. Eu tinha 22 anos", conta o funcionário mais antigo do Pacaembu.
Nesses 40 anos, no entanto, muita coisa mudou para ele. Voltou a estudar, terminou o primeiro e o segundo graus e fez cursos profissionalizantes no Senai. Trabalhou como encanador e virou encarregado da administração. "Foi assim que criei meus quatro filhos."
Apesar de corintiano, ele não está entre os que defendem que o estádio é do time, mesmo que "de coração".
"Antes de tudo, sou profissional. Acho que o Corinthians tem o mesmo direito do Palmeiras, Santos, São Paulo. Pleitear o estádio como dele? Não. O Pacaembu é do povo paulistano", defende Andrade.
Mas o Pacaembu não é só futebol. "A única vez que vi um jogo foi no Morumbi, sou são-paulino", conta o estudante Rafael dos Santos Gonçalves, 15, que treina tênis no clube de segunda a sexta-feira.
"Às vezes, acabo faltando alguma aula porque não tenho dinheiro para lanchar depois da escola. Mas vale a pena, porque meu sonho é ser profissional."
Já o que faz a vestibulanda Andressa Bovolenta, 19, frequentar o local é a natação. "Não é todo lugar que tem uma piscina de 50 m com boa manutenção", diz a jovem, a única mulher de seu grupo.


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