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Pacaembu completa 70 anos e prepara projeto de ampliação
Projeto prevê que número de assentos do estádio seja aumentado de 40 mil para 45 mil; estacionamento e restaurantes devem ser construídos no local
ANA PAULA BONI
OCIMARA BALMANT
DA REVISTA DA FOLHA
Casa do Corinthians, piscina
para os dias quentes, pista de
cooper. Cada frequentador vê o
Pacaembu a seu modo. Nascido
como Estádio Municipal, sempre carregou a marca de um
complexo esportivo. Há quem
só pise no estádio; há outros
que batem ponto no clube, hoje
mais de 33 mil associados. São
usuários de todos os cantos da
cidade, o que não ocorria antes
de 2007, quando só moradores
da região podiam ter a carteira
Em 27 de abril, o Pacaembu
completa 70 anos. Ao longo
destas sete décadas, o estádio
passou por duas grandes reformas, na década de 1970 e em
2007. Agora, prepara-se para
uma nova mudança. A ideia não
visa a Copa de 2014, mas adequar o espaço a um padrão internacional proposto pela Fifa
-com estacionamento e restaurantes, por exemplo.
Nessa onda de alterações, a
prefeitura estuda aumentar a
capacidade para 45 mil assentos (hoje são 40 mil). Na última
semana, o Pacaembu também
foi alvo da CBF: foi o primeiro
estádio brasileiro visitado por
técnicos que pensam um projeto modelo para a venda de cadeira numerada.
No mês de seu aniversário, a
história do Pacaembu é contada a seguir por seus frequentadores, desde o funcionário mais
antigo até a criança que treina
na escola de futebol do clube
(leia mais ao lado).
Diverso
O assessor de administração
do estádio, Luiz Afonso de Andrade, trabalha no local desde
1969. "Era para fazer serviços
gerais, varrição. Eu tinha 22
anos", conta o funcionário mais
antigo do Pacaembu.
Nesses 40 anos, no entanto,
muita coisa mudou para ele.
Voltou a estudar, terminou o
primeiro e o segundo graus e
fez cursos profissionalizantes
no Senai. Trabalhou como encanador e virou encarregado da
administração. "Foi assim que
criei meus quatro filhos."
Apesar de corintiano, ele não
está entre os que defendem que
o estádio é do time, mesmo que
"de coração".
"Antes de tudo, sou profissional. Acho que o Corinthians
tem o mesmo direito do Palmeiras, Santos, São Paulo. Pleitear o estádio como dele? Não.
O Pacaembu é do povo paulistano", defende Andrade.
Mas o Pacaembu não é só futebol. "A única vez que vi um jogo foi no Morumbi, sou são-paulino", conta o estudante Rafael dos Santos Gonçalves, 15,
que treina tênis no clube de segunda a sexta-feira.
"Às vezes, acabo faltando alguma aula porque não tenho dinheiro para lanchar depois da
escola. Mas vale a pena, porque
meu sonho é ser profissional."
Já o que faz a vestibulanda
Andressa Bovolenta, 19, frequentar o local é a natação.
"Não é todo lugar que tem uma
piscina de 50 m com boa manutenção", diz a jovem, a única
mulher de seu grupo.
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