São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Cabral determina retirada de moradores de lixão

DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), determinou ontem a retirada "imediata" dos moradores do morro do Céu, lixão em Niterói (Grande Rio) vizinho ao morro do Bumba -onde 33 corpos soterrados já foram resgatados. "É uma área de risco iminente, coisa dantesca. Vamos tirá-los de lá imediatamente", disse Cabral.
Os moradores da região haviam denunciado à Folha que a montanha de detritos de cerca de 190 metros de altura estava ameaçando as suas casas.
O depósito, cujo nome oficial é aterro controlado morro do Céu, é o único em atividade no município.
Funciona desde 1983 e, segundo a Clin (Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói), que o administra, será desativado em um ano. Por enquanto, ainda recebe mil toneladas de lixo por dia.
Anteontem, após dois deslizamentos, a Prefeitura de Niterói havia decidido interditá-lo provisoriamente.
Ninguém mora sobre o depósito, apenas ao redor dele -a maioria das casas foi erguida antes que a área se tornasse um lixão.

Desativação
Segundo os moradores, o sítio que existia no local foi desapropriado pela prefeitura para ser transformado em depósito de lixo e assim permitir a desativação do lixão do vizinho morro do Bumba.
Embora sua casa não fique sobre o depósito, a costureira Vera Lúcia Correa, 55, conta que o material em decomposição já comprometeu o solo. "Há seis meses três cômodos desabaram. Há três anos, na administração anterior, a prefeitura iniciou um processo de desapropriação de cerca de 80 casas ao redor do lixão, mas só quatro donos foram indenizados. E a história ficou indefinida", afirma a costureira.

Verbas federais
De acordo com o governador Sérgio Cabral, os recursos do governo federal para os desabrigados em Niterói e São Gonçalo, ambas cidades na região metropolitana do Rio, "chegarão o mais breve possível", disse. "Já falei com o presidente Lula sobre isso."
Ele não estipulou, porém, nem prazos nem o valor do repasse de verbas federais.
O governador minimizou a demora de 90 dias na chegada de recursos da União às vítimas dos deslizamentos em Angra dos Reis (litoral sul fluminense), que ocorreram na virada do ano e mataram mais de 50 pessoas no município.
"Uma reportagem de hoje [ontem] da Folha de S.Paulo diz que demorou três meses. Antigamente, os recursos chegavam em três anos", declarou.


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