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Cabral determina retirada de moradores de lixão
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio, Sérgio
Cabral (PMDB), determinou
ontem a retirada "imediata"
dos moradores do morro do
Céu, lixão em Niterói (Grande
Rio) vizinho ao morro do Bumba -onde 33 corpos soterrados
já foram resgatados. "É uma
área de risco iminente, coisa
dantesca. Vamos tirá-los de lá
imediatamente", disse Cabral.
Os moradores da região haviam denunciado à Folha que a
montanha de detritos de cerca
de 190 metros de altura estava
ameaçando as suas casas.
O depósito, cujo nome oficial
é aterro controlado morro do
Céu, é o único em atividade no
município.
Funciona desde 1983 e, segundo a Clin (Companhia Municipal de Limpeza Urbana de
Niterói), que o administra, será
desativado em um ano. Por enquanto, ainda recebe mil toneladas de lixo por dia.
Anteontem, após dois deslizamentos, a Prefeitura de Niterói havia decidido interditá-lo
provisoriamente.
Ninguém mora sobre o depósito, apenas ao redor dele -a
maioria das casas foi erguida
antes que a área se tornasse
um lixão.
Desativação
Segundo os moradores, o sítio que existia no local foi desapropriado pela prefeitura para
ser transformado em depósito
de lixo e assim permitir a desativação do lixão do vizinho
morro do Bumba.
Embora sua casa não fique
sobre o depósito, a costureira
Vera Lúcia Correa, 55, conta
que o material em decomposição já comprometeu o solo. "Há
seis meses três cômodos desabaram. Há três anos, na administração anterior, a prefeitura
iniciou um processo de desapropriação de cerca de 80 casas
ao redor do lixão, mas só quatro
donos foram indenizados. E a
história ficou indefinida", afirma a costureira.
Verbas federais
De acordo com o governador
Sérgio Cabral, os recursos do
governo federal para os desabrigados em Niterói e São Gonçalo, ambas cidades na região
metropolitana do Rio, "chegarão o mais breve possível", disse. "Já falei com o presidente
Lula sobre isso."
Ele não estipulou, porém,
nem prazos nem o valor do repasse de verbas federais.
O governador minimizou a
demora de 90 dias na chegada
de recursos da União às vítimas
dos deslizamentos em Angra
dos Reis (litoral sul fluminense), que ocorreram na virada do
ano e mataram mais de 50 pessoas no município.
"Uma reportagem de hoje
[ontem] da Folha de S.Paulo
diz que demorou três meses.
Antigamente, os recursos chegavam em três anos", declarou.
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