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EDUCAÇÃO
Manifestantes foram alvo de balas de borracha
Alunos da Fatec são feridos em confronto com a Polícia Militar
DA REPORTAGEM LOCAL
Na manhã e na noite de ontem,
estudantes da Faculdade de Tecnologia de São Paulo promoveram manifestações que bloquearam a avenida Tiradentes, no centro da capital, e terminaram em
confronto com policiais militares,
com um saldo de cerca de 15 alunos feridos por balas de borracha
e pelos cassetetes dos PMs.
Os estudantes da Fatec São Paulo estão em greve e pedem dotação orçamentária para o Centro
Paula Souza, que administra as
Fatecs do Estado, eleições diretas
e paritárias para a superintendência do centro e a manutenção dos
cursos na categoria de graduação
de nível superior. Eles apóiam
ainda o pedido reajuste salarial de
seus professores -que, após três
meses de greve, voltaram às aulas
na segunda-feira e estão em negociação com o governo do Estado.
Tanto a manifestação da manhã
quanto a da noite terminaram em
pancadaria. Para desobstruir a
avenida e liberar o fluxo de carros,
os policiais atiraram bombas de
efeito moral e balas de borracha
contra os estudantes, que acusam
a polícia de partir para a ação de
choque sem antes tentar nenhum
tipo de negociação.
Cinco dos alunos feridos na manhã deram queixa na Corregedoria da Polícia Militar, acompanhados pelo diretor da Fatec São Paulo, Dirceu D'Alkmin Telles, e passaram por exame de corpo de delito. Na noite de ontem, o diretor
voltou à Corregedoria com outros
alunos para dar nova queixa sobre a ação policial. "Estou abismado. Nossos alunos já fizeram
duas ou três manifestações dessas, sempre pacíficas. Não sei o
que aconteceu", disse.
Na noite de ontem, o confronto
foi mais direto e intenso. Os estudantes revidaram as balas de borracha disparadas para dentro do
campus da Fatec atirando pedras
contra a polícia. Um aluno foi detido e depois liberado. O estudante Silvio Clareti de Lima, ferido na
cabeça, foi levado à Santa Casa de
Misericórdia e liberado.
A manifestação reuniu cerca de
300 alunos, segundo a PM. A polícia utilizou cerca de 100 homens
na ação. A maioria dos policiais
atuou sem placa de identificação
(que traz seu nome) e alguns professores que estavam no local
também foram agredidos.
A Secretaria de Segurança Pública informou que a polícia realizou a operação para garantir a ordem pública.
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