São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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EDUCAÇÃO

Manifestantes foram alvo de balas de borracha

Alunos da Fatec são feridos em confronto com a Polícia Militar

DA REPORTAGEM LOCAL

Na manhã e na noite de ontem, estudantes da Faculdade de Tecnologia de São Paulo promoveram manifestações que bloquearam a avenida Tiradentes, no centro da capital, e terminaram em confronto com policiais militares, com um saldo de cerca de 15 alunos feridos por balas de borracha e pelos cassetetes dos PMs.
Os estudantes da Fatec São Paulo estão em greve e pedem dotação orçamentária para o Centro Paula Souza, que administra as Fatecs do Estado, eleições diretas e paritárias para a superintendência do centro e a manutenção dos cursos na categoria de graduação de nível superior. Eles apóiam ainda o pedido reajuste salarial de seus professores -que, após três meses de greve, voltaram às aulas na segunda-feira e estão em negociação com o governo do Estado.
Tanto a manifestação da manhã quanto a da noite terminaram em pancadaria. Para desobstruir a avenida e liberar o fluxo de carros, os policiais atiraram bombas de efeito moral e balas de borracha contra os estudantes, que acusam a polícia de partir para a ação de choque sem antes tentar nenhum tipo de negociação.
Cinco dos alunos feridos na manhã deram queixa na Corregedoria da Polícia Militar, acompanhados pelo diretor da Fatec São Paulo, Dirceu D'Alkmin Telles, e passaram por exame de corpo de delito. Na noite de ontem, o diretor voltou à Corregedoria com outros alunos para dar nova queixa sobre a ação policial. "Estou abismado. Nossos alunos já fizeram duas ou três manifestações dessas, sempre pacíficas. Não sei o que aconteceu", disse.
Na noite de ontem, o confronto foi mais direto e intenso. Os estudantes revidaram as balas de borracha disparadas para dentro do campus da Fatec atirando pedras contra a polícia. Um aluno foi detido e depois liberado. O estudante Silvio Clareti de Lima, ferido na cabeça, foi levado à Santa Casa de Misericórdia e liberado.
A manifestação reuniu cerca de 300 alunos, segundo a PM. A polícia utilizou cerca de 100 homens na ação. A maioria dos policiais atuou sem placa de identificação (que traz seu nome) e alguns professores que estavam no local também foram agredidos.
A Secretaria de Segurança Pública informou que a polícia realizou a operação para garantir a ordem pública.


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