DA SUCURSAL DO RIO

A superintendente de Saúde Coletiva do Estado do Rio, Iolanda Bravim, disse que pedirá análise nos frascos da vacina Pasteur Merieux contra poliomielite para tentar provar que eles continham menos doses que o previsto.
Essa teria sido, segundo a Secretaria da Saúde, a razão da falta da vacina em mais de 15 municípios do Rio anteontem.
O problema gerou troca de acusações entre o governo estadual e o Ministério da Saúde. Para o ministério, o que houve foi um erro de distribuição da secretaria ao repassar as doses aos municípios.
O secretário da Saúde, Gilson Cantarino, rejeitou essa hipótese e afirmou que foi utilizado o mesmo mapa usado em anos anteriores, levando em conta o número de crianças nascidas.
Iolanda Bravim disse que os frascos da Pasteur Merieux não continham as 20 doses previstas, mas 15, 12 ou até 10 doses.
"Havia frascos quebrados, frascos que racharam e outros que vazaram. Pedimos que os municípios nos enviem esses frascos para análise com um relatório."
A Folha não conseguiu localizar representante do laboratório.
Ela afirmou também que as doses foram recebidas em 25 de maio e que não houve tempo hábil para detectar o problema nos frascos antes do dia da campanha.
Com base nos relatórios, a Secretaria da Saúde vai repassar mais doses para cobrir as áreas onde a imunização não foi concluída. Em todo o Estado, a campanha continua hoje.
Ao todo, o Rio de Janeiro distribuiu 1,5 milhão de doses para 1.180.538 crianças.
O ministro da Saúde, José Serra, negou que tenha faltado vacina no Estado. Segundo o ministro, foi enviado 1,7 milhão de doses para o Estado, 500 mil a mais do que o necessário para atingir a meta estabelecida pelo governo. "A distribuição cabe ao governo do Estado", disse. Serra afirmou ter considerado "bom" o resultado da campanha. "Ultrapassamos a meta no Brasil inteiro", afirmou.



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