São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001

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ROUBO DE CARGA

CPI apura se combustível usado no interior de SP é adulterado

Fornecedor da polícia é investigado

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

A Assembléia Legislativa de São Paulo apura a suspeita de que o fornecedor de combustível das polícias Civil e Militar de quatro cidades do Vale do Paraíba seja um dos principais líderes de uma quadrilha de roubo de cargas e adulteração de combustíveis no eixo Rio-São Paulo.
Segundo a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis, a suspeita sobre o empresário Joaquim Santório de Sousa, de Guaratinguetá (SP), conhecido como Quincas, surgiu a partir de depoimentos de delegados. Ele fornece combustível às polícias de Guaratinguetá, Aparecida, Lorena e Potim.
Sousa, que é proprietário de oito postos na região, venceu a licitação para o fornecimento de combustível para abastecer os carros da polícia há cerca de três anos.
A informação foi divulgada durante o depoimento do diretor do Deinter 1 (Departamento de Polícia Judiciária), responsável pela região do Vale do Paraíba e litoral norte, Antônio Carlos Gonçalves da Silva, aos deputados da CPI.
A polícia chegou ao empresário, que está com a prisão decretada, após investigar as ocorrências de roubos de cargas de combustíveis e encontrar quatro depósitos clandestinos usados para adulteração do produto no Vale. O esquema incluiria conexões com São Paulo e Rio de Janeiro.
"O Quincas está no topo da pirâmide da quadrilha", disse o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Guaratinguetá, Hélio Francisco Borges dos Santos, que também prestou depoimento à CPI.
Segundo Santos, a gasolina é roubada em cidades do interior do Estado e adulterada na região de Aparecida, sendo distribuída depois para o Rio de Janeiro.
Segundo o delegado da Deinter, foi encaminhada consulta ao departamento jurídico do Estado sobre a possibilidade de cancelar o contrato com Quincas.
A Folha não conseguiu contato com o empresário ontem. Segundo um funcionário dele, Sousa está viajando há mais de dois meses e não há previsão de quando voltará ao trabalho.



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