São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001

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PRESÍDIOS

Para PM, presos faziam dois túneis; rebelados ainda mantêm reféns

Polícia suspeita de plano de fuga no PR

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Os presos rebelados na PCE (Penitenciária Central do Estado), em Piraquara (região metropolitana de Curitiba), estariam construindo dois túneis para uma possível fuga, de acordo com informações da Polícia Militar do Paraná. Os líderes do motim não confirmaram, na tarde de ontem, a construção.
Desde às 17h30 da última quarta-feira, os presos amotinados mantêm 26 agentes penitenciários como reféns, depois de uma tentativa de fuga, que acabou sendo frustrada. O motim é liderado por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que surgiu em presídios do Estado de São Paulo.
Ontem pela manhã, os líderes ainda conversavam por telefone com os jornalistas. Depois que o coronel da PM Nemézio Xavier de França Filho confirmou a existência de dois túneis em construção, os telefones dos presidiários rebelados foram desligados.
Pela manhã, o líder da rebelião, Geléia, que se identifica como José Carlos Felício, confirmou que os reféns seriam liberados hoje, depois que 23 presos fossem transferidos para presídios de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Pará.
Geléia, que se diz fundador do PCC, ironizou, por telefone, a afirmação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de que os 13 presos que serão transferidos para São Paulo, inclusive ele, só ficariam em presídios paulistas até o próximo dia 18. Depois seriam levados a uma penitenciária de segurança máxima no Distrito Federal.
"Se ele disse isso, é sinal de que quer novas rebeliões em seu Estado", afirmou Geléia. O preso havia dito antes que, "se o governo mantém a palavra, nós ficamos calmos", pois, caso contrário, estariam "dispostos a tudo".
Ontem, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná informou que a lista dos 23 presos a serem levados a outros Estados do país só vai ser fornecida momento antes da transferência. A secretaria alegou "motivos de segurança" para não informar antecipadamente os nomes daqueles que serão transferidos.



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