São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004

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No Rio, tráfico tem 2.500 fuzis

DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Civil do Rio de Janeiro estima que os traficantes das 80 principais favelas e complexos da capital tenham, juntos, pelo menos 2.500 fuzis em seus arsenais.
O levantamento foi elaborado com base em informações prestadas pelo serviço de inteligência da corporação e de informantes da polícia que moram nas comunidades carentes.
Os maiores arsenais estariam concentrados nas favelas consideradas quartéis-generais das principais facções criminosas.
De acordo com o estudo, o complexo de favelas do Alemão, na zona norte carioca -tido como base do CV (Comando Vermelho)-, possui o maior arsenal, com 200 fuzis.
Considerada a favela que registra o maior faturamento com o comércio de drogas no Rio de Janeiro (cerca de R$ 50 milhões mensais), a Rocinha, na nobre região de São Conrado (zona sul), contaria com o segundo maior arsenal (180 fuzis).
O mesmo número desse tipo de armamento teriam as favelas de Senador Camará (zona oeste), como o Rebu e a Coréia, controladas pelo traficante Róbson André da Silva, o Robinho Pinga, chefe do TCP (Terceiro Comando Puro).
Foi em uma casa em Senador Camará que, no dia 20 de abril, a polícia encontrou um arsenal com oito minas terrestres, 161 granadas e 19 mil munições.
Em terceiro lugar aparece o complexo da Maré, na zona norte, com 170 fuzis. O complexo é formado por 17 favelas nas quais o tráfico é dividido entre três facções criminosas inimigas.
Os policiais encarregados da pesquisa admitiram a possibilidade de o número de fuzis ser maior ou menor do que o calculado porque é grande o deslocamento de armas de uma favela para outra.

Origem no Paraguai
De acordo com as investigações, grande parte dos fuzis foi contrabandeada do Paraguai e começou a ser adquirida pelo tráfico no início da década de 1990. Nos últimos anos, no entanto, os traficantes também passaram a invadir quartéis das Forças Armadas e a atacar policiais nas ruas para obter novas armas.
Em maio, por exemplo, traficantes invadiram um depósito da Aeronáutica na zona norte do Rio de Janeiro. Levaram 22 fuzis.


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