São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004

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BARBARA GANCIA

Você já foi apresentado ao novo Plano Diretor?

Empresários da noite e donos de restaurantes estão perdendo o sono com as novidades apresentadas pelo novo Plano Diretor da cidade, que prevê, entre outras mudanças radicais, que restaurantes, bares, casas de shows e casas noturnas só possam se instalar em vias estruturais (as grandes avenidas), e não mais em vias locais ou coletoras (de médio e pequeno porte).
Hoje, cerca de 80% dos estabelecimentos que atendem ao público da noite estão localizados em vias locais ou coletoras. O plano prevê que esses estabelecimentos, cerca de 30 mil casas, terão um ano para se mudar para os locais permitidos. Eu pergunto: você já imaginou que programão não será jantar na Rebouças, na Santo Amaro ou na marginal Tietê?
E quanto aos horários previstos para o funcionamento das casas, o que o nobre leitor acha de sair para dançar em uma noite de verão e ter de recolher a barraca às 23h? Será que nossa cultura se adapta aos horários nórdicos?
O novo Plano Diretor está sendo discutido sem que a população se interesse ou tome conhecimento das propostas apresentadas. Na sexta-feira, estima-se que mais de 3 milhões de pessoas saiam para se divertir depois das 23h. E são mais de 270 mil os funcionários que se arriscam a perder o emprego caso as medidas propostas entrem em vigor. É gente para dedéu envolvida diretamente, mas o paulistano entrega sua sorte nas mãos dos governantes e, sem dar um pio, deixa que eles decidam sozinhos o que é melhor para a cidade. A eleição está aí na esquina. Vamos continuar aceitando que interfiram em nossas vidas à revelia?
 
Quem agüenta mais as demonstrações classistas de sexualidade? Quem ainda tolera a carnavalização dos gays? A fim de esquentar os tamborins para a parada gay, que será realizada no próximo domingo, um grupo de jovens senhoras bolou uma festa chamada I Love Pussy. Não me peça para traduzir. Nem mesmo o Bibelô, aquele personagem machista e cafajestíssimo do cartunista Angeli, seria capaz de conceber tamanha fineza.
 
Em Washington, o pessoal também é rápido no gatilho. Na capital norte-americana, já corre a piada de que Dubya (o apelido de George W. Bush, uma corruptela da inicial dáblio) tomará algumas iniciativas para homenagear a memória de Ronald Reagan. São elas: a) ignorar a existência da Aids, b) deixar que o vice comande o show e c) retomar o patrocínio a Osama bin Laden.

QUALQUER NOTA

Oito ou 80
Protestos, entre outros, desta coluna impediram a retirada do ponto de ônibus da frente do Empório Santa Maria, na av. Cidade Jardim. Usuários não queriam ver o ponto sumir ou ir para longe. Mas ele continuou exatamente onde estava, ou seja, bem na frente da saída de carros do empório, gerando atritos entre os usuários dos coletivos e os clientes da loja. O bom senso manda que o ponto seja movido alguns metros. É pedir muito?

Fedentina instalada
Pelo visto, enganou-se redondamente quem achou que o fedor dos bueiros paulistanos ia sumir com a chegada do frio.

E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia

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