São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desembargador sugere que casal armou entrevista

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos desembargadores que julgaram o pedido de liberdade do casal Nardoni, Caio Canguçu de Almeida, afirmou em seu voto que um dos motivos para manter a prisão dos dois é a de que há "fortes indicativos [...] que teriam logrado obter declaração a um jornal da capital do pedreiro Gabriel Santos Neto".
Neto, que trabalhava em uma obra nos fundos do edifício London, onde o casal morava, afirmou à Folha que, na mesma noite do assassinato da menina Isabella, ocorreu um arrombamento no local. Depois, em depoimento à polícia, ele negou as afirmações.
Diferentemente do que sugere o desembargador, Santos Neto foi localizado pela Folha no dia 9 de abril (o crime ocorreu na noite de 29 de março), durante reportagem com os vizinhos do casal Nardoni.
Operários que trabalhavam num sobrado na rua atrás do edifício London informaram que Santos Neto dormia na obra.
O endereço de Santos Neto, que estava naquele dia em outra obra, foi fornecido pelo também operário João Francisco Sales. Ao ser encontrado, o pedreiro disse que no domingo seguinte ao assassinato de Isabella encontrou o portão da frente do sobrado arrombado.
O pedreiro afirmou não ter comunicado o fato à polícia porque nada havia sido roubado da obra.
A mesma versão foi repetida pelo pedreiro ao seu chefe, conforme reportagem do "SPTV" (da Rede Globo) veiculada no dia 10 de abril.
Em seu voto, o desembargador não diz quais seriam os "fortes indicativos" que o levaram a acreditar que o casal Nardoni apresentou o pedreiro ao jornal.
(ROGÉRIO PAGNAN)


Texto Anterior: TJ mantém prisão de Nardoni e Anna Jatobá
Próximo Texto: Acusado por padre Júlio de extorsão é solto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.