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Desembargador sugere que casal armou entrevista
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos desembargadores
que julgaram o pedido de liberdade do casal Nardoni,
Caio Canguçu de Almeida,
afirmou em seu voto que um
dos motivos para manter a
prisão dos dois é a de que há
"fortes indicativos [...] que
teriam logrado obter declaração a um jornal da capital
do pedreiro Gabriel Santos
Neto".
Neto, que trabalhava em
uma obra nos fundos do edifício London, onde o casal
morava, afirmou à Folha
que, na mesma noite do assassinato da menina Isabella, ocorreu um arrombamento no local. Depois, em
depoimento à polícia, ele negou as afirmações.
Diferentemente do que
sugere o desembargador,
Santos Neto foi localizado
pela Folha no dia 9 de abril
(o crime ocorreu na noite de
29 de março), durante reportagem com os vizinhos do casal Nardoni.
Operários que trabalhavam num sobrado na rua
atrás do edifício London informaram que Santos Neto
dormia na obra.
O endereço de Santos Neto, que estava naquele dia
em outra obra, foi fornecido
pelo também operário João
Francisco Sales. Ao ser encontrado, o pedreiro disse
que no domingo seguinte ao
assassinato de Isabella encontrou o portão da frente
do sobrado arrombado.
O pedreiro afirmou não
ter comunicado o fato à polícia porque nada havia sido
roubado da obra.
A mesma versão foi repetida pelo pedreiro ao seu chefe, conforme reportagem do
"SPTV" (da Rede Globo) veiculada no dia 10 de abril.
Em seu voto, o desembargador não diz quais seriam
os "fortes indicativos" que o
levaram a acreditar que o casal Nardoni apresentou o pedreiro ao jornal.
(ROGÉRIO PAGNAN)
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