São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011

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Nova prisão de bombeiros não será pedida

Desgastado após ter mandado prender os rebelados, governador Cabral afirma que é um "episódio superado"

Demora da soltura dos 439 bombeiros presos esfriou manifestação de apoio que estava programada no Rio


DO RIO

Um habeas corpus dado durante a madrugada pelo desembargador Cláudio Brandão autorizou a soltura dos 439 bombeiros presos desde sábado, quando a PM retomou o Quartel Central da corporação, invadido por eles na noite da véspera.
Desde então, a causa dos bombeiros mobilizou o Rio em manifestações de apoio e desgastou o governador Sergio Cabral (PMDB).
Até a conclusão desta edição, nenhum dos bombeiros havia deixado os locais onde estão presos -nove estão em um quartel em São Cristóvão, zona norte do Rio, e 430 em outro quartel, em Niterói.
O pedido de habeas corpus foi feito por três deputados federais. Segundo o Tribunal de Justiça, um problema no sistema atrasou a emissão dos alvarás de soltura.
Os 439 presos ainda teriam suas identificações verificadas. Ao longo de todo o dia, eles foram submetidos a exames de corpo de delito, outro requisito a ser cumprido.
A demora na soltura esfriou a manifestação prevista para ontem no centro do Rio.
Após a concessão do habeas corpus, os manifestantes que caminhariam pelas ruas do centro decidiram esperar os bombeiros na escadaria da Assembleia, onde estão acampados desde sábado. A eles se juntaram professores, também em greve.
A intenção era que os bombeiros soltos fossem de Niterói até o centro do Rio para se juntar aos colegas acampados e aos professores. Com o anoitecer e sem perspectiva quanto ao horário de libertação dos presos, o movimento na Assembleia caiu bastante.
Em cerimônia à tarde no Palácio Guanabara, Cabral disse que o movimento dos bombeiros é "um episódio superado". "Agora é olhar para a frente", disse ele, que não vai tentar reverter a soltura dos 439 bombeiros.
No sábado, após a retomada do quartel, Cabral chamara os manifestantes de "vândalos". Segundo ele, o comando da corporação vai abrir procedimento disciplinar para avaliar o caso de cada um dos que foram presos.
Para o secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral dos Bombeiros, coronel Sérgio Simões, "a crise acabou". Ele disse que não haverá punições, como transferências de quartéis, mas que os militares continuarão respondendo por seus atos na Justiça Militar.
"Não haverá perseguição", disse o coronel, que afirmou esperar, agora, ser procurado pelos bombeiros para saber se aceitam a proposta salarial feita quinta-feira pelo governo do Estado -antecipação dos reajustes previstos até dezembro, com aumento de 5,58% em julho.
Até a conclusão desta edição, os bombeiros acampados na Assembleia aguardavam para decidir, em conjunto com os 439 que estavam presos, o que fariam.


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