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Premiado pela OMS, psiquiatra soube por acaso que psicólogo usava seu nome
DA REPORTAGEM LOCAL
Graduado na Unicamp, mestre pela USP, agraciado com a
comenda da ordem do mérito
médico da Organização Mundial da Saúde, o psiquiatra Sergio Ricardo Hototian, 44, viu os
pacientes desaparecerem de
seu consultório em Higienópolis, bairro nobre do centro de
São Paulo. Até plantões em
hospitais ele voltou a fazer para
completar os rendimentos,
prática incomum entre profissionais com sua experiência.
Foi por acaso que Hototian
descobriu o motivo do sumiço
de seus clientes. Sérgio Antônio
dos Santos vivia como seu clone, utilizando seu nome para
atender pacientes em um consultório de psiquiatria em Suzano, na Grande São Paulo.
"Uma paciente ligou insistindo em marcar uma consulta em
Suzano", relata Hototian. A estratégia garantiu a Santos mais
de uma centena de clientes em
quatro anos de atuação.
O psiquiatra avisou a polícia,
que, em fevereiro deste ano,
prendeu o "clone" em flagrante. A advogada de Santos, Viviane Alves, não havia se manifestado até o fechamento desta
edição. Ela afirmou que não poderia falar sem obter a autorização de seu cliente.
"As famílias diziam que ele se
apresentava como professor de
psiquiatria. Na verdade era um
psicólogo, o que explica a sua
facilidade com o assunto", afirma Hototian. Ainda de acordo
com ele, Santos chegou a fazer
um laudo judicial sobre uma
criança em seu nome.
"Sou psicopatologista e entendo que essas pessoas são impiedosas, cruéis. Ofendem o
princípio básico da medicina
que é a confiança no médico",
afirmou o psiquiatra.
(FL)
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