São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Premiado pela OMS, psiquiatra soube por acaso que psicólogo usava seu nome

DA REPORTAGEM LOCAL

Graduado na Unicamp, mestre pela USP, agraciado com a comenda da ordem do mérito médico da Organização Mundial da Saúde, o psiquiatra Sergio Ricardo Hototian, 44, viu os pacientes desaparecerem de seu consultório em Higienópolis, bairro nobre do centro de São Paulo. Até plantões em hospitais ele voltou a fazer para completar os rendimentos, prática incomum entre profissionais com sua experiência.
Foi por acaso que Hototian descobriu o motivo do sumiço de seus clientes. Sérgio Antônio dos Santos vivia como seu clone, utilizando seu nome para atender pacientes em um consultório de psiquiatria em Suzano, na Grande São Paulo.
"Uma paciente ligou insistindo em marcar uma consulta em Suzano", relata Hototian. A estratégia garantiu a Santos mais de uma centena de clientes em quatro anos de atuação.
O psiquiatra avisou a polícia, que, em fevereiro deste ano, prendeu o "clone" em flagrante. A advogada de Santos, Viviane Alves, não havia se manifestado até o fechamento desta edição. Ela afirmou que não poderia falar sem obter a autorização de seu cliente.
"As famílias diziam que ele se apresentava como professor de psiquiatria. Na verdade era um psicólogo, o que explica a sua facilidade com o assunto", afirma Hototian. Ainda de acordo com ele, Santos chegou a fazer um laudo judicial sobre uma criança em seu nome.
"Sou psicopatologista e entendo que essas pessoas são impiedosas, cruéis. Ofendem o princípio básico da medicina que é a confiança no médico", afirmou o psiquiatra. (FL)


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