São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009

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São Paulo tem 1ª morte provocada por gripe suína

Menina de 11 anos, moradora de Osasco (Grande SP), morreu em 30 de junho

Forma de contágio pela doença, que atingiu ainda os pais e o irmão da garota, ainda é mistério; foi a segunda morte no país


Eduardo Knapp/Folha Imagem
O secretário Luiz Roberto Barrafas Barata, em entrevista

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


O Estado de São Paulo confirmou ontem a primeira morte em consequência da gripe suína -a segunda no Brasil. A vítima é uma menina de 11 anos de Osasco (Grande São Paulo), que morreu no dia 30 de junho.
Outros dois pacientes com o vírus H1N1 estão internados em UTI no Estado.
Antes de sua morte, a garota não era considerada caso suspeito de gripe suína. Pelos sintomas que começaram no dia 28, principalmente dores abdominais, vômitos e febre, o caso foi considerado problema digestivo. No dia 30, foi internada e morreu após cinco horas.
A suspeita de gripe suína surgiu dias depois da morte, após a confirmação de que o irmão dela, de 7 anos, teve a doença -o garoto já recebeu alta.
Exames confirmaram ontem que a garota também teve a doença, assim como seus pais. O pai é o único ainda internado -não há risco de morte.
Segundo o secretário da Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata, a garota foi levada a um serviço de saúde particular em Osasco no dia 28. Recebeu orientação médica e voltou para casa.
No dia seguinte a febre aumentou e, no dia 30, ela foi internada com sinais de choque séptico -infecção no sangue por bactérias.
Para Barradas, o caso representou uma exceção em razão do quadro não-característico da doença. O secretário disse que não houve erro ou negligência ao não se cogitar a possibilidade de gripe suína. "Todos os esforços para salvá-la foram feitos", afirmou.
A secretaria não informou o local ou locais onde a menina foi atendida. Tampouco divulgou o nome da família.
Mesmo sem ter sido citado, o Hospital Sino-Brasileiro informou que a menina foi internada lá no dia 30. A unidade nega ter prestado atendimento a ela nos dias anteriores.
Segundo o hospital, a garota "foi submetida a exames (...) e prontamente encaminhada à UTI. Após cinco horas apresentou parada cardiorrespiratória", informou em nota.

Transmissão
O contágio da garota ainda é um mistério para a Secretaria da Saúde do Estado. Os pais relataram que ninguém da família viajou para o exterior ou teve contato com pacientes com sintomas da gripe.
A secretaria vai agora investigar as pessoas que tiveram contato com a garota.
Fora esse caso, ainda em investigação, todos os outros 1.026 confirmados no país têm ligação com o exterior, segundo o Ministério da Saúde.
Os 1.027 casos, contudo, podem não representar a totalidade de infectados no país, já que, desde a última sexta-feira, apenas casos graves estão sendo confirmados por exames. Pacientes com sintomas menores podem não estar tendo a gripe computada nos dados oficiais.


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