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Quadro da menina foi atípico, diz secretário
Garota teve septicemia; gripe pode ter agravado o quadro
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O quadro apresentado pela
menina de 11 anos que morreu
após contrair gripe suína foi
atípico para um paciente com a
doença, segundo o secretário
da Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata.
"Ela tinha contraído um
pneumococo e morreu de septicemia. Acreditamos que a gripe deve ter reduzido a imunidade dela", afirmou ele.
No outro caso de morte relacionada à gripe suína, o de um
caminhoneiro de 29 anos que
havia viajado à Argentina e
morreu em Passo Fundo (RS),
os médicos apontaram que ele
teve outras complicações.
De acordo com Celso Granato, infectologista da Unifesp,
em mortes de pacientes com
gripe, é comum acontecer associação com outras doenças.
"O próprio vírus da gripe pode causar lesões ou então criar
condições para que bactérias se
desenvolvam, levando, por
exemplo, a uma pneumonia."
Segundo o médico, ter outras
doenças pode facilitar complicações num quadro de gripe.
No caso da menina, a secretaria
suspeita que uma hantavirose
que ela teve aos dois anos pode
ter contribuído para prejudicar
o sistema imunológico.
Apesar das diferenças em relação aos casos mais típicos da
gripe, o secretário diz que isso
não é motivo para alterar os
protocolos de atendimento e
identificação da doença, que
são feitos com base em experiências internacionais e por
orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em nota, o Ministério da
Saúde afirmou que a gripe suína tem o mesmo grau de letalidade da gripe tradicional, de
0,45%. Segundo o ministério,
no Brasil esse percentual é ainda menor (0,19%).
Casos graves
O Brasil tem ao menos três
casos de pessoas com gripe suína internadas em estado grave:
duas do Rio Grande do Sul e
uma de Minas Gerais.
Questionado ontem pela Folha sobre a existência de casos
graves no Estado de São Paulo,
o secretário Barradas Barata
afirmou apenas que há dois pacientes com a doença internados em UTIs.
Um dos pacientes graves do
Rio Grande do Sul é uma estudante de 14 anos de São Gabriel, internada há três semanas. O infectologista Alexandre
Schwarzbold disse que ela já se
recuperou da pneumonia adquirida em decorrência da gripe, mas ainda sofre com lesões
pulmonares e musculares.
Também no Rio Grande do
Sul, um caminhoneiro de Itaqui está internado em estado
grave. O Estado ainda investiga
se a morte de um caminhoneiro em São Borja tem relação
com a doença.
Em Minas Gerais, um homem de 27 anos internado desde o último dia 29 em Belo Horizonte apresenta "quadro respiratório gravíssimo", segundo
o Hospital das Clínicas.
(MÁRCIO PINHO, PABLO SOLANO E PAULO PEIXOTO)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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