São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009

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13 policiais são indiciados no caso Abadía

No total, 17 policiais civis de São Paulo são acusados de extorquir dinheiro dos megatraficantes Abadía e El Negro

Todos os suspeitos indiciados continuam trabalhando na Polícia Civil; Secretaria da Segurança de SP não quis divulgar os seus nomes


DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo indiciou nesta semana 13 policiais civis e um "ganso" (informante) suspeitos de exigir US$ 1,2 milhão e dois veículos do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía e de seus comparsas.
O pagamento teria sido para que a quadrilha não fosse presa quando traficou drogas para fora do Brasil a partir de São Paulo, entre 2005 e 2007.
Outros quatro policiais civis também foram indiciados (acusados formalmente em inquérito policial) sob a a acusação de exigir 400 mil de Ramón Manuel Yepes Penagos, o El Negro, outro megatraficante colombiano ligado a Abadía, para apresentá-lo à Justiça como se fosse o comerciante mineiro Manoel Oliveira Ortiz.
As acusações contra os 13 policiais e o informante nos crimes contra Abadía são decorrentes de quatro diferentes casos de extorsão relatados à Polícia Federal pelo colombiano, ex-chefe do Cartel Vale do Norte, preso em agosto de 2007 pela Polícia Federal e deportado em 2008 para os EUA.
As extorsões foram reveladas com exclusividade pela Folha logo após a prisão de Abadía.
Dos 17 policiais indiciados pelas acusações de extorsão de dinheiro, dez eram do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos).
A estimativa é que os cinco crimes tenham rendido pouco mais de R$ 3 milhões aos 17 policiais agora chamados na polícia de o "outro PCC", os policiais civis corruptos.
Os 17 continuam trabalhando normalmente na Polícia Civil. A Secretaria da Segurança não quis divulgar seus nomes.
Os cinco inquéritos sobre as extorsões contra os traficantes colombianos Abadía e El Negro serão concluídos e entregues à Justiça na próxima semana.
Nas extorsões relatadas por Abadía, pelo menos outros três policiais são investigados. Desses, o delegado Pedro Luís Pórrio e o investigador Régis Xavier de Souza conseguiram na Justiça habeas corpus para não serem indiciados.
Segundo a Promotoria, o fato de Souza e Pórrio não terem sido indiciados pela corregedoria não significa que ambos ficarão fora das cinco denúncias que serão enviadas à Justiça. Os dois negam as acusações.
O terceiro investigado é Rubens Valério Barbeiro, que foi do Denarc e era vizinho e amigo de um empresário acusado de lavar dinheiro do grupo de Abadía. Ele também nega.
(ANDRÉ CARAMANTE)


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