São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011

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CONTRA

Há falhas na mudança da lei, diz deputado

LUCIANO BOTTINI FILHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nas primeiras horas após a entrada em vigor da nova prisão preventiva, o deputado estadual e criminalista Fernando Capez (PSDB-SP) fez uma ronda em várias delegacias de São Paulo. Sua conclusão: o Brasil não está preparado para a mudança.

 

Folha - Qual o problema da nova reforma penal?
Fernando Capez
- Falta estrutura a tornar a lei eficaz e é preciso rever as penas de alguns crimes. Surgirão situações inusitadas. Pedófilo obriga criança a vê-lo se masturbando. É preso em flagrante, com máxima de quatro anos. Agora, cabe fiança e o delegado a concede. Ao sair, o sujeito ameaça repetir o ato. Se for primário, não há como mantê-lo preso.

E sobre as fianças ?
Nas penas de até quatro anos, o delegado deverá conceder fiança. Só que não há agências 24 horas. Note que a fiança, em regra, é em dinheiro. Onde guardar R$ 50 mil da madrugada de sexta até segunda? O valor será dado ao escrivão. Ele assina um termo e vai para casa com o dinheiro.

Há risco de libertações em série com a nova lei?
Sim, o risco é alto. Todas prisões provisórias serão revistas. Não deve haver despacho-padrão, pois cada caso é um caso.


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