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Cintra diz ter visto piloto afundar
DA REPORTAGEM LOCAL
"As decisões que tive de tomar
para ir nadando sozinho foram as
piores", disse ontem o co-piloto
Luís Roberto de Araújo Cintra, ao
lembrar ter visto o piloto inconsciente dentro da água, afundando, e de ter perdido no mar a modelo Fernanda Vogel, depois que
ela já tinha se afastado do empresário João Paulo Diniz.
Logo que as duplas foram isoladas pelas ondas, o co-piloto disse
ter tentado motivar Ronaldo Jorge Ribeiro a nadar. Chegou a empurrá-lo, mas não nadava bem
para isso. "Ele não conseguia [bater os braços], acho que se machucou na queda do helicóptero."
Cintra não lembra quanto tempo ficou ao lado dele. Ribeiro estava nervoso, bebia muita água misturada com querosene. Para o co-piloto, isso pode tê-lo intoxicado e
colaborado para que se afogasse.
"Eu deixei ele de bruços, afundando. Eu estava com minhas
pernas queimando [por causa da
querosene], via a praia [luzes]
muito longe e estava chegando à
exaustão. Daí, comecei a nadar
devagarinho", conta. Ele se salvou
nadando "cachorrinho".
Depois de se afastar do piloto,
Cintra disse ter encontrado Fernanda boiando. "Via uma cabecinha na água." Ela já havia se perdido do namorado. Diniz, em entrevista à revista "Veja", disse que
os dois se afastaram quando ele a
encorajava a nadar. O empresário
afirmou ter nadado várias vezes à
frente dela, retornando depois para motivá-la. Numa dessas vezes,
ela desapareceu nas fortes ondas.
Os dois conversaram apenas sobre Diniz. ""Ela contou que tinha
se perdido dele e que achava que
ele tinha ido buscar ajuda."
Cintra, então, disse ter tentado
puxar a modelo pelo braço, para
que ela nadasse cachorrinho com
ele, como havia tentado fazer antes com o piloto. ""Eu gritava: "Vamos embora que eu não quero
morrer", mas ela não reagia."
Ela dizia que ""não conseguia,
que estava com dores no corpo e
bebendo muita água", recordou.
"Chegou um momento que as ondas nos separaram. Eu gritei com
todas as minhas forças, mas ela
não reagia e se distanciava."
O co-piloto, contudo, disse não
ter conseguido ver se a modelo
afundou ou não. Estava escuro.
Duas horas e meia depois do
acidente, aproximadamente, ele
chegou à praia, onde recebeu ajuda de moradores próximos. Não
conseguia andar de tão cansado.
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