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CORREDOR DA DISCÓRDIA
Sugestão foi apresentada ontem para resolver a disputa em torno de via exclusiva para ônibus na zona sul
Marta propõe "assumir" passageiro do Estado
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário dos Transportes da
gestão Marta Suplicy (PT), Gerson Bittencourt, sugeriu ontem
uma solução alternativa para ônibus intermunicipais vindos de
Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu, que anteontem foram barrados ao percorrer seus trajetos tradicionais na capital.
Pela proposta da prefeitura, os
coletivos municipais "assumiriam" a viagem dentro de São
Paulo desses passageiros, que fariam baldeações gratuitas em terminais e teriam uma economia
diária de até R$ 1,20.
A proposta é uma opção para as
divergências sobre as mudanças
de itinerários de veículos da EMTU (Empresa Metropolitana de
Transportes Urbanos), ligada ao
governo Geraldo Alckmin
(PSDB), por conta da inauguração, no final de semana, do corredor de ônibus Passa Rápido Jardim Ângela-Guarapiranga-Santo
Amaro, com 7,3 km de extensão.
A SPTrans (órgão municipal
que cuida do transporte) determinou mudanças nos trajetos de linhas que transportam 18 mil passageiros e foi acusada pela EMTU
de barrar anteontem os ônibus intermunicipais que entravam em
vias como a avenida Guarapiranga e a estrada do M'Boi Mirim.
Pela proposta de Bittencourt, os
usuários vindos desses municípios da região metropolitana e
que pagam até R$ 2,30 pela viagem passariam a pagar R$ 1,70 em
cada trajeto -na ida e na volta.
Em compensação, os coletivos
intermunicipais, em vez de entrarem em São Paulo pelo Passa Rápido, deixariam os usuários no
terminal municipal mais próximo
da divisa. Dali, os passageiros fariam baldeações gratuitas para
outros bairros de São Paulo.
No percurso de volta a Itapecerica da Serra ou Embu-Guaçu, a
regra seria a mesma: eles pagariam R$ 1,70 em um ônibus municipal e desceriam num terminal,
onde a transferência seria gratuita
para os veículos da EMTU.
Esse modelo seria estendido aos
demais ônibus intermunicipais
que entram na capital paulista,
cujos preços variam de R$ 1,70 a
R$ 2,60, dependendo da distância
percorrida, mas apenas depois de
uma fase de testes.
A proposta deve receber uma
resposta oficial do Estado somente amanhã, mas enfrenta a resistência da EMTU -e principalmente das empresas de ônibus
que prestam serviço para ela.
O presidente da empresa estadual, Joaquim Lopes, afirma que
os técnicos estão analisando se
haveria viabilidade para não haver quebra do equilíbrio econômico-financeiro das viações
-que operam sem licitação, com
contratos prorrogados desde
1998- nem injeção de subsídios.
A idéia, na prática, significa que
tanto as empresas municipais como as intermunicipais acabariam
recebendo em média somente R$
0,85 por viagem -R$ 1,70 só na
ida ou só na volta. Os ônibus ligados à EMTU reduziriam seus gastos por rodar menores distâncias
-mas teriam suas linhas esvaziadas. Os coletivos vinculados à
SPTrans passariam a fazer um
transporte adicional, mas também teriam uma receita adicional.
O secretário de Marta alega que
essa solução beneficiaria passageiros -que pagariam menos-
e reduziria a frota em circulação.
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