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NA AREIA
Animal estava encalhado desde domingo em Niterói e foi alvo de oito tentativas de resgate, até a tarde de ontem
Baleia morre no Rio após 50 horas de agonia
ALEXANDRE CAMPBELL
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de mais de 50 horas encalhada e de oito tentativas frustradas de salvação, uma baleia jubarte morreu no início da tarde de
ontem na praia do Forte Imbuhy,
em Niterói (a 15 km do Rio).
Existem duas versões para a
causa da morte: asfixia ou hemorragia interna por causa do peso,
cerca de 15 toneladas.
"Ela estava muito estressada e
acabou se virando e fechando a
sua própria respiração. Esta é a
possibilidade mais forte. Foi muito triste. O sentimento de impotência é muito grande. Nós tentamos um final feliz", disse a bióloga Bernadete Fragoso, do projeto
Maqua (Mamíferos Aquáticos) da
Uerj (Universidade do Estado do
Rio de Janeiro). Para a bióloga, o
animal tinha entre nove e dez
anos de idade, o que ela classifica
como um sub-adulto.
A morte da baleia jubarte, que
encalhou no último domingo,
emocionou as cerca de 150 pessoas que estavam na praia. Algumas choraram.
Pouco antes de o animal morrer, um dos dois cabos usados no
rebocador cedido pela Petrobras
arrebentou e frustrou a última
tentativa de devolver o mamífero
às águas mais profundas.
As tentativas de salvamento
mobilizaram homens do Corpo
de Bombeiros, da Petrobras, do
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) e da Defesa
Civil, além de um grupo de biólogos da Uerj.
Um bombeiro, que segurava os
cabos do rebocador usado para
devolvê-la ao mar, teve os dois
braços quebrados em um dos
momentos em que a baleia sacudiu a cauda.
Migração
Existem poucos registros no
país de operação de resgate de baleias com vida. De julho a novembro, as baleias jubarte costumam
passar pelo litoral do Rio ao migrar da Antártida para Abrolhos,
na Bahia.
Depois da morte do animal, o
rebocador tirou o corpo da praia.
"A operação de salvamento é
muito delicada. Não podíamos
amarrá-la no barco e puxá-la de
qualquer maneira. Isso poderia
romper a coluna da baleia. Queríamos tirá-la dali com vida e saúde. No fundo do mar, ela não sente o seu peso. A gravidade lá é
quase zero", disse Bernadete. A
bióloga explicou que a pequena
inclinação da praia também foi
um dos complicadores do resgate.
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