São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Helicóptero em chamas pousa em avenida

Aeronave desceu na avenida Santos Dumont, na região central, às 20h40

Antes de chegar ao chão, o helicóptero decepou galhos de uma árvore a cerca de 25 metros do local onde desceu; ninguém se feriu


JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O piloto de um helicóptero conseguiu fazer um pouso de emergência em uma das pistas no sentido centro-bairro da avenida Santos Dumont, quase na esquina com a avenida do Estado, às 20h40 de ontem. Segundo testemunhas, ele percebeu que o semáforo estava fechado e que não havia veículos no local antes de pousar. Ninguém ficou ferido.
A aeronave, que ficou sem cauda e com a hélice danificada, havia deixado o Campo de Marte, a cerca de 1 km do local do pouso, no centro da capital, em direção a Congonhas. Ao perceber uma pane e fogo no aparelho, o piloto decidiu voltar ao Campo de Marte, mas não teve tempo.
Somente o piloto, Renato Ramos, 34, que saiu caminhando, estava no aparelho. Segundo um funcionário da Infraero que estava no local, o aparelho é do modelo AS-350 e tem o prefixo PT-YEB. Logo depois de pousar a aeronave, o piloto se sentou na calçada e telefonou.
A pista central da avenida Santos Dumont foi interditada e só seria liberada após a realização da perícia, durante a madrugada. O tráfego foi desviado para a pista lateral.
Técnicos da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária) também foram ao local. O acidente será investigado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A causa mais provável, segundo a Polícia Militar, é que tenha havido uma pane no aparelho, de fabricação francesa.
Segundo a PM e testemunhas, o piloto percebeu que enfrentava problemas ao sobrevoar o vale do Anhangabaú.
Ramos relatou a policiais que viu uma chama na cauda da aeronave e buscou um local para pousar. Como não havia áreas livres nas proximidades, percebeu o trecho vazio na avenida.
Segundo o mecânico de aeronaves Joel de Souza, 41, amigo do piloto, Ramos tem cerca de 18 anos de experiência de vôo. ""Ele teve a perícia de conseguir pousar sem atingir um carro."
Antes de chegar ao chão, o helicóptero decepou galhos de uma árvore a cerca de 25 metros do local onde pousou. Outra árvore, bem ao lado, também teve galhos arrancados.
O piloto foi socorrido pelo vendedor ambulante Marcelo Dias Pereira, 26, que estava a poucos metros do local do pouso. ""O helicóptero veio inclinado, saindo fumaça. Escutei o barulho, e vi que ele cortou um pedaço da árvore. Eu e um amigo ajudamos ele a sair. Todo mundo que estava nos carros parou, foi muita sorte", conta.

Clarão no céu
O manobrista Renato César Nunes Vilalom estava próximo ao viaduto Santa Efigênia quando, relata, viu um clarão no céu e verificou que se tratava do helicóptero em chamas.
"Ele estava na altura de um prédio de 15 andares, numa velocidade bem alta. Acho que ele queria pousar em um local seguro. Vi que tinha fogo na hélice. Ela estava manobrando, mas tinha mesmo problemas", disse Vilalom. "Todo mundo que estava perto achou que ele fosse bater em algum prédio."
Para o taxista Agnaldo Vila, que estava a cerca de 100 m do local do pouso, o piloto buscava um espaço seguro para pousar. "Foi habilidade total dele. Mesmo com a fumaça na parte traseira, o piloto conseguiu desviar dos prédios e descer."


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