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Helicóptero em chamas pousa em avenida
Aeronave desceu na avenida Santos Dumont, na região central, às 20h40
Antes de chegar ao chão, o helicóptero decepou galhos de uma árvore a cerca de 25 metros do local onde desceu; ninguém se feriu
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O piloto de um helicóptero
conseguiu fazer um pouso de
emergência em uma das pistas
no sentido centro-bairro da
avenida Santos Dumont, quase
na esquina com a avenida do
Estado, às 20h40 de ontem. Segundo testemunhas, ele percebeu que o semáforo estava fechado e que não havia veículos
no local antes de pousar. Ninguém ficou ferido.
A aeronave, que ficou sem
cauda e com a hélice danificada, havia deixado o Campo de
Marte, a cerca de 1 km do local
do pouso, no centro da capital,
em direção a Congonhas. Ao
perceber uma pane e fogo no
aparelho, o piloto decidiu voltar ao Campo de Marte, mas
não teve tempo.
Somente o piloto, Renato Ramos, 34, que saiu caminhando,
estava no aparelho. Segundo
um funcionário da Infraero que
estava no local, o aparelho é do
modelo AS-350 e tem o prefixo
PT-YEB. Logo depois de pousar a aeronave, o piloto se sentou na calçada e telefonou.
A pista central da avenida
Santos Dumont foi interditada
e só seria liberada após a realização da perícia, durante a madrugada. O tráfego foi desviado
para a pista lateral.
Técnicos da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária) também
foram ao local. O acidente será
investigado pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil). A
causa mais provável, segundo a
Polícia Militar, é que tenha havido uma pane no aparelho, de
fabricação francesa.
Segundo a PM e testemunhas, o piloto percebeu que enfrentava problemas ao sobrevoar o vale do Anhangabaú.
Ramos relatou a policiais que
viu uma chama na cauda da aeronave e buscou um local para
pousar. Como não havia áreas
livres nas proximidades, percebeu o trecho vazio na avenida.
Segundo o mecânico de aeronaves Joel de Souza, 41, amigo
do piloto, Ramos tem cerca de
18 anos de experiência de vôo.
""Ele teve a perícia de conseguir
pousar sem atingir um carro."
Antes de chegar ao chão, o
helicóptero decepou galhos de
uma árvore a cerca de 25 metros do local onde pousou. Outra árvore, bem ao lado, também teve galhos arrancados.
O piloto foi socorrido pelo
vendedor ambulante Marcelo
Dias Pereira, 26, que estava a
poucos metros do local do pouso. ""O helicóptero veio inclinado, saindo fumaça. Escutei o
barulho, e vi que ele cortou um
pedaço da árvore. Eu e um amigo ajudamos ele a sair. Todo
mundo que estava nos carros
parou, foi muita sorte", conta.
Clarão no céu
O manobrista Renato César
Nunes Vilalom estava próximo
ao viaduto Santa Efigênia
quando, relata, viu um clarão
no céu e verificou que se tratava
do helicóptero em chamas.
"Ele estava na altura de um
prédio de 15 andares, numa velocidade bem alta. Acho que ele
queria pousar em um local seguro. Vi que tinha fogo na hélice. Ela estava manobrando,
mas tinha mesmo problemas",
disse Vilalom. "Todo mundo
que estava perto achou que ele
fosse bater em algum prédio."
Para o taxista Agnaldo Vila,
que estava a cerca de 100 m do
local do pouso, o piloto buscava
um espaço seguro para pousar.
"Foi habilidade total dele. Mesmo com a fumaça na parte traseira, o piloto conseguiu desviar dos prédios e descer."
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