|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
600 pessoas assistirão julgamento
encenado por advogado de Suzane
Mauro Nacif participará da simulação; OAB não vê evento com "bons olhos"
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
De um lado, o promotor Fernando Capez, que se tornou conhecido ao combater a violência das torcidas de futebol. Do
outro Mauro Nacif, que ganhou
fama nacional ao defender Suzane von Richthofen. Na platéia, mais de 600 pessoas que
pagaram entre R$ 50 e R$ 80
para acompanhar um julgamento fictício e tentar entender como funciona um tribunal
do júri.
Outdoors espalhados pela cidade convidam para "O julgamento do ano". O caso será o de
um homem que matou a própria mulher ao flagrá-la em
adultério. A propaganda chama
a atenção ao convidar o grande
público para um evento que
costuma ocorrer dentro das faculdades de direito e por apresentar fotos do promotor e do
advogado como se estivessem
prontos para subir em um ringue de boxe. A disputa acontece
amanhã, no Memorial da América Latina.
O papel de juiz ficará com o
irmão do promotor, Rodrigo
Capez, da 4.ª Vara de Guarulhos. Os jurados, por sua vez,
serão escolhidos entre os pagantes da platéia. "Será como
um julgamento de verdade. Júri, provas, debate e condenação. Só não terá o réu. Estudantes vão ver na prática como funciona o que aprendem na teoria
e quem não é da área conhecerá
os procedimentos", afirma Nacif, que conta ter sido chamado
por Capez.
O promotor confirma o convite e comemora o número de
inscrições. "Não esperávamos
tanta procura. Até sábado, devemos passar de mil inscritos."
Maurício Silva, um dos diretores da empresa de cursos e-learning R2, que promove o
evento com o Instituto Fernando Capez de Ensino Jurídico,
também está satisfeito com a
quantidade de inscritos: "Mais
de 10% não são da área do direito. Acho que a população está
interessada porque tivemos
muitos júris importantes".
O presidente do Tribunal de
Ética e Disciplina da OAB-SP,
Braz Martins Neto, não vê com
bons olhos o evento. "Em relação aos advogados, entendo
que há uma publicidade subliminar e essa projeção é imprópria. Uma coisa é reunir alunos
de direito e promover um julgamento simulado; outra é fazer
uma atividade divulgada em
outdoors", afirma.
Nacif, por sua vez, diz que a
população tem direito de entender como é um julgamento."Tem quem pense que estou
querendo me aproveitar do caso Suzane, mas não é verdade.
Fui convidado para o evento."
Curso Tribunal do Júri,
com julgamento simulado:
Amanhã, a partir das 9h, no
Parlamento Latino Americano.
De R$ 50 (acadêmicos de direito) a R$ 80 (público em geral).
Informações no www.r2direito.com.br
Texto Anterior: Helicóptero em chamas pousa em avenida Próximo Texto: Nova faixa não desafogará Castello Branco Índice
|