São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Nova faixa não desafogará Castello Branco

Concessionária começa construção, na região de Barueri, que será só um paliativo para minimizar trânsito freqüente no local

Obra amplia capacidade da estrada a partir de 2007, mas não será suficiente para suportar toda a demanda de veículos que há no trecho


ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A concessionária ViaOeste começou ontem as obras para a construção da quarta faixa da rodovia Castello Branco entre os quilômetros 23 e 26, na região de Barueri (Grande São Paulo), após cinco anos de pressão de moradores, de usuários e até do Ministério Público por intervenções que aliviassem os congestionamentos que ocorrem no trecho.
A ampliação da capacidade viária do local, que deve ficar pronta até janeiro do próximo ano, será só um paliativo à lentidão do trânsito, já que a demanda de veículos no local seguirá superior ao que a pista vai suportar, conforme reconhece a própria empresa.
Os custos da construção, no valor de R$ 6 milhões, serão bancados inicialmente pela ViaOeste, que pretende, no entanto, buscar uma compensação do Estado.
Enquanto as obras estiverem ocorrendo, deve haver transtornos para os usuários uma vez que a faixa da esquerda permanecerá bloqueada em ambos os sentidos.

Acostamento
A concessionária vai improvisar o uso do acostamento como uma terceira faixa, mas prevê lentidão principalmente a partir da semana que vem. Os motoristas devem evitar trafegar nesse trecho nos horários de pico -das 7h às 9h e das 17h às 20h.
Ele está localizado, no sentido capital-interior, logo depois de Alphaville e do final da marginal da Castello Branco. É muito utilizado pelos motoristas que querem escapar dos pedágios da pista local. O tráfego diário na região em obras é de aproximadamente 170 mil veículos.

Cinco anos
A cobrança de soluções na área se arrasta há quase cinco anos. Segundo representantes dos moradores, os níveis de congestionamento na rodovia se mantêm desde então acima dos limites fixados pelos contratos de concessão da Castello, feitos em 1998.
A ViaOeste se negava a fazer as melhorias no local, conforme exigência contratual, sob a alegação de que esse tráfego não era rodoviário, mas urbano, de veículos que se deslocam entre municípios próximos. Após ser pressionada por meio de ações judiciais e pela Promotoria, aceitou a possibilidade de fazer a ampliação quando foi vendida ao grupo CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), em 2004.

Negociação
"A obra precisa ser feita de qualquer jeito. Vamos tocar primeiro e, depois, tentar negociar com a Artesp", afirmou Francisco Mendes de Moraes Neto, diretor da ViaOeste, em referência à agência que regula as concessões de estradas.
A Artesp informou que poderia se manifestar apenas hoje.
Segundo Moraes Neto, a demanda no local é de 8.000 veículos/hora nos picos, contra uma capacidade atual de 5.500/hora -que subirá para 6.700/hora com a quarta faixa.
O diretor da ViaOeste reconhece que a obra não é uma solução definitiva para a lentidão.
O presidente da SIA (Sociedade Alphaville Tamboré), Guilherme Martinez, comemora a ampliação, mas destaca suas limitações. "Não vai resolver de vez, mas vai melhorar."


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