São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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Lei antifumo dá 50 multas nos primeiros dias

No total, 3.864 locais foram vistoriados pelo Procon ou pela Vigilância Sanitária no 1º fim de semana de vigência da lei

Bares, boates e restaurantes ouvidos pela Folha dizem que, apesar da proibição ao fumo, não houve queda no movimento de clientes

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro final de semana da lei antifumo, a fiscalização do Procon e da Vigilância Sanitária multou 50 estabelecimentos do Estado de São Paulo em que clientes foram flagrados fumando ou que não tinham placas sobre a proibição.
Desde sexta-feira, quando a legislação que proíbe o cigarro em áreas fechadas de uso coletivo entrou em vigor, 3.864 locais foram vistoriados, segundo o governo do Estado. Na capital, foram multados 13 dos 1.558 lugares inspecionados.
Pela lei, os locais são primeiramente notificados e têm dez dias para recorrer. Caso seja mantida a autuação, a multa é de R$ 792,50 -ou R$ 1.585 em caso de reincidência. Em novos flagrantes, o lugar é fechado por 48 horas ou 30 dias.
Donos de bares, boates e restaurantes ouvidos pela reportagem afirmaram que nem o movimento nem o faturamento no primeiro fim de semana da proibição do cigarro caíram, como previam as associações do setor que foram à Justiça pedir a suspensão da lei antifumo.
Nas casas noturnas Blue Pepper e Pink Elephant, para o público vip do vip do vip -R$ 300 e R$ 250 só de entrada para os homens-, o movimento foi igual ao dos dias anteriores.
Com capacidade para 500 pessoas, a Pink só deixava os fumantes saírem em pequenos grupos de três, acompanhados de um segurança.
Mais rigorosa, a Pepper só deixava sair para fumar quem pagasse a conta -e pagasse de novo para entrar. "Nós não estamos liberando os clientes para sair para fumar e voltar. Mesmo assim, o movimento do clube não diminuiu", afirma o dono, Ahmad Yassin.
Na D-Edge, o movimento foi igual, mas a venda no bar caiu, em razão do Dia dos Pais. "Ainda não dá para confirmar a queda, todo ano é assim. Só vou saber nos próximos fins de semana", diz o dono, Renato Ratier.
Os 11 restaurantes da rua Amauri, polo da alta gastronomia no Itaim (zona oeste), onde boa parte deles já havia aderido à proibição antes, afirmam que o movimento foi "excelente".
"Não caiu nada. As pessoas não deixaram de sair para comer. Não estamos sentindo dificuldade, todo mundo já se adaptou a sair para fumar", diz Paulo Morais, um dos donos do Trindade e presidente da associação da rua.
"O movimento foi absolutamente normal. Não houve alteração nenhuma", afirma o português Carlos Bettencourt, dono do A Bela Sintra.
O Boteco São Bento, no Itaim, que contratou olheiros para coibir os fumantes e exige que a conta seja paga antes de sair para fumar, diz que "o movimento se manteve".
Para Percival Maricato, presidente da Abrasel, a associação brasileira de bares e restaurantes, que foi à Justiça contra a lei, "é cedo para avaliar". "Mais cedo ou mais tarde as pessoas podem encontrar uma forma alternativa de ser divertir, como ficar em casa. A previsão é que o movimento caia."


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