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MIS terá projeto inspirado em
Burle Marx
Proposta de escritório americano faz o calçadão projetado pelo brasileiro em Copacabana "subir" até a nova sede do museu
Instituição ocupará terreno onde funciona hoje a boate Help, tradicional ponto de prostituição; disputa contou com outros seis escritórios
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Os arquitetos Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio, do escritório americano Diller Scofidio
+ Renfro, foram anunciados
ontem vencedores do concurso
para a nova sede do MIS (Museu da Imagem e do Som), em
Copacabana. O projeto, que
tem no calçadão do paisagista
brasileiro Burle Marx a principal referência, foi eleito por
unanimidade pela comissão.
A nova sede ocupará o terreno onde funciona a boate Help,
tradicional ponto de prostituição. O início das obras ainda depende da desapropriação. O governo já depositou R$ 13 milhões em juízo, mas os proprietários questionaram pediram
nova avaliação à Justiça.
Também participaram da
disputa os escritórios brasileiros Bernardes & Jacobsen, Brasil Arquitetura, Isay Weinfeld e
Tacoa Arquitetos, o japonês Sigeru Ban e o americano Daniel
Libeskind. A extensa lista de
exigências do edital não limitou
a criatividade dos participantes, que buscaram diferentes
fontes de inspiração, das montanhas às mulheres da cidade.
Foi a decisão de Diller e Scofidio de "verticalizar" o calçadão de Copacabana, porém, a
que mais ganhou a simpatia dos
jurados. "Eles nos conquistaram no momento em que fizeram a calçada de Burle Marx
subir o museu", diz Rosa Maria
Araujo, presidente do MIS.
"A arquitetura de museus no
Brasil tem sido uma arquitetura de ousadia. O projeto mantém a tradição", afirma Paulo
Herkenhoff, ex-diretor do Museu Nacional de Belas Artes.
Os dois integraram o júri ao
lado da secretária estadual de
Cultura, Adriana Rattes, do crítico de arte James Cathcart, do
arqueólogo Jordi Pardo, da museóloga Magaly Cabral, do secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, dos arquitetos
Bel Lobo e Jaime Lerner e do
secretário-geral e da gerente-geral de Patrimônio da Fundação Roberto Marinho, Hugo
Barreto e Lucia Basto.
Segundo Elizabeth Diller, o
projeto foi pensado de forma a
integrar ao museu a população
que circula no bairro. A intenção é que, da calçada de pedras
portuguesas, o caminho para o
MIS se dê de forma natural.
"O lugar é tão rico que sentimos que tínhamos que pegar isso emprestado. Quisemos fazer
com que o prédio se erguesse a
partir da rua", diz. Ela e Scofidio apresentaram o projeto na
semana passada e já tinham
voltado aos EUA. Retornaram
ao Brasil para o anúncio.
Segundo a secretária Rattes,
a obra levará dois anos e meio e
começará após a decisão da
Justiça sobre a desapropriação.
O orçamento é de R$ 65 milhões, já incluído o terreno
-R$ 50 milhões serão estatais.
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