São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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MIS terá projeto inspirado em
Burle Marx

Proposta de escritório americano faz o calçadão projetado pelo brasileiro em Copacabana "subir" até a nova sede do museu

Instituição ocupará terreno onde funciona hoje a boate Help, tradicional ponto de prostituição; disputa contou com outros seis escritórios

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Os arquitetos Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio, do escritório americano Diller Scofidio + Renfro, foram anunciados ontem vencedores do concurso para a nova sede do MIS (Museu da Imagem e do Som), em Copacabana. O projeto, que tem no calçadão do paisagista brasileiro Burle Marx a principal referência, foi eleito por unanimidade pela comissão.
A nova sede ocupará o terreno onde funciona a boate Help, tradicional ponto de prostituição. O início das obras ainda depende da desapropriação. O governo já depositou R$ 13 milhões em juízo, mas os proprietários questionaram pediram nova avaliação à Justiça.
Também participaram da disputa os escritórios brasileiros Bernardes & Jacobsen, Brasil Arquitetura, Isay Weinfeld e Tacoa Arquitetos, o japonês Sigeru Ban e o americano Daniel Libeskind. A extensa lista de exigências do edital não limitou a criatividade dos participantes, que buscaram diferentes fontes de inspiração, das montanhas às mulheres da cidade.
Foi a decisão de Diller e Scofidio de "verticalizar" o calçadão de Copacabana, porém, a que mais ganhou a simpatia dos jurados. "Eles nos conquistaram no momento em que fizeram a calçada de Burle Marx subir o museu", diz Rosa Maria Araujo, presidente do MIS.
"A arquitetura de museus no Brasil tem sido uma arquitetura de ousadia. O projeto mantém a tradição", afirma Paulo Herkenhoff, ex-diretor do Museu Nacional de Belas Artes.
Os dois integraram o júri ao lado da secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, do crítico de arte James Cathcart, do arqueólogo Jordi Pardo, da museóloga Magaly Cabral, do secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, dos arquitetos Bel Lobo e Jaime Lerner e do secretário-geral e da gerente-geral de Patrimônio da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto e Lucia Basto.
Segundo Elizabeth Diller, o projeto foi pensado de forma a integrar ao museu a população que circula no bairro. A intenção é que, da calçada de pedras portuguesas, o caminho para o MIS se dê de forma natural.
"O lugar é tão rico que sentimos que tínhamos que pegar isso emprestado. Quisemos fazer com que o prédio se erguesse a partir da rua", diz. Ela e Scofidio apresentaram o projeto na semana passada e já tinham voltado aos EUA. Retornaram ao Brasil para o anúncio.
Segundo a secretária Rattes, a obra levará dois anos e meio e começará após a decisão da Justiça sobre a desapropriação. O orçamento é de R$ 65 milhões, já incluído o terreno -R$ 50 milhões serão estatais.


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