PM divulgou que homens fizeram buraco no teto, versão não confirmada

Não havia escolta para o camburão e governo classificou operação como "irregular", "inaceitável" e "grave"

DE SÃO PAULO

Quatro presos fugiram ontem ao serem transferidos da penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos (Grande São Paulo), para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste.
Outros 22 detentos eram levados no mesmo comboio.
Segundo a Polícia Militar, a fuga ocorreu na marginal Tietê, sentido Castello Branco, próximo à ponte Aricanduva. O transporte dos detentos era feito sem escolta da Polícia Militar.
No momento da fuga, o transporte era feito num camburão da SAP, a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado.
Informações preliminares apontam que os presos teriam feito um buraco no teto do veículo para fugir. No início da noite de ontem equipes da polícia ainda buscavam os foragidos. A procura era feita com a ajuda do helicóptero Águia da PM.
Segundo a secretaria, a transferência foi feita por uma ameaça de motim na penitenciária de Guarulhos. Presos teriam sido ameaçados de morte por detentos rivais de outras alas.
A Polícia Militar e a Secretaria da Administração Penitenciária se contradisseram sobre a fuga.
A primeira indica o local da fuga dos detentos, na marginal; a segunda afirma que a falta dos quatro presos só foi percebida na chegada ao novo centro de detenção.

INACEITÁVEL
A secretaria diz que a administração do presídio não pediu a escolta dos presos, o que era de sua responsabilidade, e classificou o procedimento de "irregular, inaceitável e de natureza grave".
A corregedoria administrativa das penitenciárias foi acionada para buscar explicações e apurar as responsabilidades no caso, além de aplicar as eventuais punições, segundo a SAP.
Apesar da fuga, a CET informou que o trânsito na marginal Tietê era normal na tarde de ontem.
Dos 26 presos transportados ontem, metade iria para o CDP-2, e a outra metade para o CDP-3. Segundo a secretaria, a fuga só foi registrada na chegada ao CDP.
A SAP disse não poder informar o nome dos presos foragidos nem os crimes pelos quais foram condenados porque um deles havia sido capturado no final da tarde e ainda precisava ser identificado.
Até o fechamento desta edição, a polícia apurava a informação de que ele tinha sido atropelado na fuga, na marginal Tietê.
A Polícia Militar disse que não se manifestaria a respeito da fuga e que a responsabilidade do caso era toda da Secretaria de Administração Penitenciária.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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