São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010

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Megatraficante é suspeito de tramar morte de 7 policiais

Seis das sete vítimas foram mortas com o mesmo fuzil; crimes ocorreram entre março de 2009 e abril passado

Mário Arias, o Panelão, é acusado de traficar 1 tonelada de cocaína a cada mês em São Paulo, Minas, Rio e Paraná

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Apontado pela polícia como um dos maiores traficantes do país, Mário Sérgio Arias, 53, o Panelão, é investigado sob a suspeita de ter contratado um ex-PM matador de aluguel para assassinar um grupo de policiais de quem queria se vingar.
Arias é suspeito de ligação com a morte de três policiais civis e quatro militares em Santo André, Osasco e Santa Isabel, na Grande SP.
Das vítimas, apenas o policial civil Douglas Noaldo Yamashita, 29, morto em abril, não foi atingido com tiros de uma única arma hoje procurada por toda a polícia paulista: um fuzil calibre .223.
As mortes foram entre março de 2009 e abril deste ano e são investigadas como retaliação de Arias contra um grupo de cinco policiais da área do ABC paulista que prendeu uma pessoa de sua quadrilha com droga.
Segundo a polícia, depois de supostamente cobrar propina, os policiais não devolveram a cocaína de Arias e apenas aceitaram não mandar para a prisão a pessoa que estava com a droga dele.
As autoridades ainda não descobriram se os mortos tinham ligação com a possível extorsão de dinheiro.
Daniel Marques de Camargo, advogado de Arias, informou que as suspeitas contra ele "são absolutamente infundadas" e que "não consta nenhum pagamento de propina a quem quer seja".
Dois dias após a morte do policial civil Yamashita, o ex-PM Jairo Ramos dos Santos foi preso em um hospital.
Ele confessou que o policial civil José Carlos dos Santos, 38, foi morto em março de 2009 por engano.
Depois da morte de José Carlos, sua casa foi invadida por dois policiais civis que quebraram paredes na busca de R$ 300 mil que acreditavam estar escondidos lá. Um dos invasores era o verdadeiro alvo do ex-PM Jairo.
Comparsas do ex-PM ligados à máfia que explora o jogo ilegal (bicho, bingo e caça-níqueis) e o tráfico de drogas têm ameaçado de morte policiais que o investigaram e o prenderam.
Arias é acusado pela polícia de traficar uma tonelada de cocaína por mês.
No mês passado, dois acusados de ajudar Arias a traficar cocaína para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná foram presos.
Três aviões usados pela quadrilha de Arias para buscar cocaína na fronteira com a Bolívia foram apreendidos durante a operação.


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