LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O governo da Bahia cedeu à pressão de intelectuais baianos e anunciou, em caráter emergencial, a liberação de R$ 400 mil para a Fundação Casa de Jorge Amado, instituição privada sem fins lucrativos. A liberação ocorre após a família de Jorge Amado (1912-2001) receber convites para transferir cerca de 250 mil documentos que retratam 70 anos de vida literária e política do escritor para as universidades Harvard (EUA) e Bari (Itália).
Em março, com o fim do convênio, o governo Jaques Wagner (PT) suspendeu o repasse de R$ 68 mil por mês à fundação, sob a alegação de que o valor não poderia ser usado para pagar despesas com funcionários.
O valor foi liberado enquanto o governo estadual aguarda parecer da Procuradoria do Estado sobre o caso.
Sem dinheiro, a fundação demitiu 50% dos seus funcionários, fechou o Café Teatro Zélia Gattai (que funcionava no prédio), reduziu o horário de atendimento e desligou o sistema de ar-condicionado. A pressão dos intelectuais já havia feito com que, há quase um mês, o governo liberasse R$ 200 mil -valor para seis meses.
A Secretaria da Cultura disse em nota que, em 2006, a entidade recebeu R$ 943.928,71. "Mais da metade desses recursos foi destinada ao pagamento de salários e encargos sociais, contrariando o que determina a Constituição brasileira."


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