LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO

Laudo judicial aponta a existência de "fortes indícios" de falta de resistência da aeronave a temperaturas altas como razão da queda do ultraleve que deixou o músico Herbert Vianna paraplégico e provocou a morte de sua mulher, Lucy Needham Vianna, em 2001.
O estudo pericial havia sido solicitado pela Justiça há três anos e foi divulgado ontem pelo juiz Carlos Fernando Potyguara Pereira, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), que investiga o caso.
A tese da perícia é que o material da fuselagem na cauda da aeronave não era resistente a temperaturas acima de 40ºC e, por isso, apresentou falhas que teriam provocado a queda do ultraleve.
A suspeita dos peritos veio da análise de um documento que a empresa alemã W.D. Flugzeugleichtbau, fabricante da aeronave, enviou à Justiça. Segundo o laudo, a empresa diz ter encontrado "uma instabilidade aeroelástica tipo "flutter" [vibrações na estrutura]" e, com isso, passou a sugerir modificações na estrutura das aeronaves para aumentar a rigidez do material.
Herbert Vianna não quis se pronunciar sobre o laudo. O advogado do músico, Ronaldo Cramer, disse que vai adicionar ao processo um recall que teria sido feito pela W.D. Flugzeugleichtbau a aeronaves idênticas à de Herbert.
A Folha procurou a empresa Ultraleger, representante da W.D. Flugzeugleichtbau no Brasil, mas a fabricante não respondeu às ligações.


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