São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

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Animais são considerados de espécie exótica

DA REPORTAGEM LOCAL

O javali está entre as 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo, segundo a União Internacional de Conservação da Natureza. "Ele tem uma ação muito impactante porque, ao fuçar no solo, causa estragos grandes, destrói a regeneração da vegetação. Além disso, compete com o porco-do-mato, que é uma espécie nativa", afirma Sílvia Ziller, presidente do Instituto Horus.
O instituto realizou um levantamento inédito no país sobre a presença de espécies exóticas invasoras, considerada uma das principais causas de diminuição da biodiversidade no planeta. As formas como uma espécie pode prejudicar a conservação de outras passa por inúmeros aspectos, da competição direta por alimento e abrigo à transmissão de doenças que, embora não causem nenhum problema a um animal, podem ser fatais para outros.
Segundo o estudo desenvolvido pelo instituto, pelo menos 103 unidades de conservação do país têm, hoje, plantas e animais invasores. O controle dessas espécies, diz Ziller, é praticamente inexistente. "Falta conhecimento científico de base", afirma.
Como exemplo dessa invasão, Ziller cita a gramínia Annonni, da África do Sul, que começou a ser utilizada no Rio Grande do Sul como opção de forragem para o gado -depois, perceberam que o animal não difere bem esse tipo de planta e, em 1979, a comercialização da gramínia foi proibida. Nos anos 80, ela ocupava cerca de 30 mil hectares. Hoje, está presente em 1 milhão de hectares.
A analista ambiental Lélia Pinto, do Ibama de Bauru, compara o combate ao trabalho feito em relação ao caramujo gigante africano, que também é uma espécie exótica invasora.
O trabalho começou em novembro de 2004. Essa foi a primeira espécie a ser combatida pelo órgão. O javali é a segunda e já há estudos para combater a lebre européia, que tem gerado danos na região de Botucatu.


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