São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

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Com corpos abandonados, IML é interditado

Instituto no Rio tinha ao menos 20 cadáveres nos corredores; secretário definiu local como "casa dos horrores"

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos 20 cadáveres em putrefação abandonados por corredores em que o piso é tomado por larvas e lacraias. Assim estava o IML (Instituto Médico Legal) no Rio, ontem de manhã, durante vistoria da Vigilância Sanitária do Estado, que interditou o prédio.
Coube ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, definir o que é o edifício-sede do IML na Lapa (região central do Rio): "Uma casa dos horrores".
Para Cortes, o prédio só não foi totalmente fechado pela Vigilância Sanitária porque não há para onde transferir com rapidez o setor de necropsia.
"É uma situação dramática. A sensação que eu tive é a de estar entrando em uma casa dos horrores. Aquilo ali é uma verdadeira casa dos horrores, em situação de calamidade", disse ele, referindo-se à visita que realizou no IML há três dias.
Responsável pela Vigilância Sanitária, que é vinculada à Secretaria de Saúde, Cortes disse que os corpos estavam abandonados porque a quase totalidade das câmaras mortuárias estão quebradas.
Os cadáveres, vítimas da violência, não tinham nem sido lavados. Foram abandonados nas macas ainda sujos de sangue, com as marcas das agressões que causaram as mortes.
"É um total desrespeito aos corpos que estão lá. Além das condições subumanas de trabalho a que os funcionários estão submetidos", disse ele.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, e o chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, acompanharam a visita de Cortes.
Beltrame disse que está comprando em regime de urgência material de proteção dos funcionários da necropsia -luvas, botas, gorros e capotes, além de instrumentos.
Para não interromper um trabalho que é essencial à continuidade dos inquéritos policiais, a Secretaria de Segurança transferiu os exames de corpo de delito, a partir de hoje, para o Instituto de Endrocrinologia do Hospital Moncorvo Filho, no centro. No prédio do IML, ocorriam em um mesmo gabinete dois exames simultâneos.
Beltrame disse que há três opções em análise: a reforma do prédio, a adaptação de um outro prédio para receber o IML ou a construção de um novo edifício.


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