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Com corpos abandonados, IML é interditado
Instituto no Rio tinha ao menos 20 cadáveres nos corredores; secretário definiu local como "casa dos horrores"
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Pelo menos 20 cadáveres em
putrefação abandonados por
corredores em que o piso é tomado por larvas e lacraias. Assim estava o IML (Instituto
Médico Legal) no Rio, ontem
de manhã, durante vistoria da
Vigilância Sanitária do Estado,
que interditou o prédio.
Coube ao secretário estadual
de Saúde, Sérgio Cortes, definir
o que é o edifício-sede do IML
na Lapa (região central do Rio):
"Uma casa dos horrores".
Para Cortes, o prédio só não
foi totalmente fechado pela Vigilância Sanitária porque não
há para onde transferir com rapidez o setor de necropsia.
"É uma situação dramática. A
sensação que eu tive é a de estar
entrando em uma casa dos horrores. Aquilo ali é uma verdadeira casa dos horrores, em situação de calamidade", disse
ele, referindo-se à visita que
realizou no IML há três dias.
Responsável pela Vigilância
Sanitária, que é vinculada à Secretaria de Saúde, Cortes disse
que os corpos estavam abandonados porque a quase totalidade das câmaras mortuárias estão quebradas.
Os cadáveres, vítimas da violência, não tinham nem sido lavados. Foram abandonados nas
macas ainda sujos de sangue,
com as marcas das agressões
que causaram as mortes.
"É um total desrespeito aos
corpos que estão lá. Além das
condições subumanas de trabalho a que os funcionários estão
submetidos", disse ele.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, e o chefe de Polícia Civil,
Gilberto Ribeiro, acompanharam a visita de Cortes.
Beltrame disse que está comprando em regime de urgência
material de proteção dos funcionários da necropsia -luvas,
botas, gorros e capotes, além de
instrumentos.
Para não interromper um
trabalho que é essencial à continuidade dos inquéritos policiais, a Secretaria de Segurança
transferiu os exames de corpo
de delito, a partir de hoje, para o
Instituto de Endrocrinologia
do Hospital Moncorvo Filho,
no centro. No prédio do IML,
ocorriam em um mesmo gabinete dois exames simultâneos.
Beltrame disse que há três
opções em análise: a reforma
do prédio, a adaptação de um
outro prédio para receber o
IML ou a construção de um novo edifício.
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