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Criança morre durante ação da PM no Rio
Wesley, 3, foi atingido por tiros de fuzil ao voltar para casa com a mãe; outras 6 pessoas morreram na operação na favela do Jacarezinho
PM diz que mortos integram grupo que comanda a venda de drogas no local, mas não confirmou se eles têm antecedentes criminais
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Sete pessoas morreram, entre elas uma criança de 3 anos,
durante ação da Polícia Militar
com apoio do Bope (Batalhão
de Operações Especiais), anteontem, na favela do Jacarezinho, zona norte da cidade.
O menino Wesley Damião da
Silva Saturnino Barreto foi
atingido por três tiros no início
da noite em uma escada que dá
acesso à rua Esperança, ao lado
da casa onde morava com a família. Ele voltava do supermercado com a mãe, que levava no
colo o outro filho, de seis meses. Wesley foi atingido no tórax, ombro e braço esquerdos.
Morreu ao chegar ao hospital
Salgado Filho, no Méier.
A operação, segundo a polícia, tinha como objetivo reprimir o tráfico no local e localizar
o esconderijo de armas e munição usadas por integrantes da
facção criminosa CV (Comando Vermelho), que domina a
venda de drogas na região.
Na ação, cinco pessoas foram
baleadas, e outras quatro, presas. O soldado Gabriel de Souza
Sá Filho, 32, do Bope, foi ferido
por um tiro de fuzil na perna.
Domingos da Silva, 53, foi
atingido na virilha, quando estava na porta de uma igreja
evangélica, que fica a 100 metros do posto da PM dentro da
favela. Ele ajudava fiéis e outras
pessoas a se abrigar na igreja,
que realizava um culto no momento do tiroteio.
Além da criança, foi confirmada a identificação de três
mortos: Flávio Augusto de Oliveira Serrano, 16, Rogério Moura de Paula e Fábio Luiz Chagas
Rufino, 30. Os demais nomes
não foram divulgados.
A PM informou que os seis
mortos seriam integrantes da
quadrilha do tráfico que comanda a venda de drogas no local, mas não confirmou se eles
têm antecedentes criminais.
O governador do Rio, Sérgio
Cabral, que está na Suíça, e o secretário de Segurança Pública
no Estado, José Mariano Beltrame, que está na Argentina,
não foram encontrados.
A ONG Movimento Jacarezinho pela Paz afirmou que moradores feridos por balas ou estilhaços, amedrontados, não
procuraram socorro em hospitais. Para evitar protestos de
moradores da favela, ontem, a
polícia ocupou os principais
acessos do Jacarezinho.
Na ação, foram apreendidas
duas granadas, quatro pistolas
e um revólver calibre 38, 53
motocicletas, pequenas quantidades de maconha e de cocaína.
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