São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Celso Guerra, uma vida feita de sangue

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Deu o sangue pelo sangue, Celso Carlos de Campos Guerra, em cinco décadas dedicadas às aulas, às campanhas e às políticas de hematologia no Brasil.
Guerra nasceu em Avaré (SP), filho e irmão de médicos, e veio para a capital aos 17 anos estudar medicina na Unifesp. Ainda jovem aspirante a médico, escolheu a hematologia "porque adorava laboratório" e logo se enfiou no laboratório central da Unifesp -no tempo em que se contavam células nas lâminas de vidro.
Fez mestrado, doutorado e livre-docência na área e foi professor da Unifesp por décadas -de lá só saiu aposentado, em 1998. "Era um idealista, um otimista crônico", mesmo vendo o sistema médico brasileiro em "uma situação caótica, sem política organizada".
Como presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, em 1979, percorreu bancos de sangue país afora, liderando a campanha pelo fim da doação remunerada de sangue.
Junto com Luis Gastão Rosenfeld -eram "a dupla dinâmica", diz o filho-, fundou e dirigiu o Centro de Hematologia de São Paulo. Foi ainda presidente da Associação Paulista de Medicina.
Nas horas de descanso, gostava de tênis de mesa -chegou a ser campeão no esporte. Mas o homem alto e corpulento, com os óculos sempre sobre o nariz, já estava cansado da diabetes.
Tinha quatro filhos, dois deles médicos -um hematologista- e quatro netos. Morreu no dia 3, de ataque cardíaco, aos 67 anos, em São Paulo.

obituario@folhasp.com.br

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