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Celso Guerra, uma vida feita de sangue
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Deu o sangue pelo sangue,
Celso Carlos de Campos
Guerra, em cinco décadas
dedicadas às aulas, às campanhas e às políticas de hematologia no Brasil.
Guerra nasceu em Avaré
(SP), filho e irmão de médicos, e veio para a capital aos
17 anos estudar medicina na
Unifesp. Ainda jovem aspirante a médico, escolheu a
hematologia "porque adorava laboratório" e logo se enfiou no laboratório central
da Unifesp -no tempo em
que se contavam células nas
lâminas de vidro.
Fez mestrado, doutorado e
livre-docência na área e foi
professor da Unifesp por décadas -de lá só saiu aposentado, em 1998. "Era um idealista, um otimista crônico",
mesmo vendo o sistema médico brasileiro em "uma situação caótica, sem política
organizada".
Como presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, em
1979, percorreu bancos de
sangue país afora, liderando
a campanha pelo fim da doação remunerada de sangue.
Junto com Luis Gastão
Rosenfeld -eram "a dupla
dinâmica", diz o filho-, fundou e dirigiu o Centro de Hematologia de São Paulo. Foi
ainda presidente da Associação Paulista de Medicina.
Nas horas de descanso,
gostava de tênis de mesa
-chegou a ser campeão no
esporte. Mas o homem alto e
corpulento, com os óculos
sempre sobre o nariz, já estava cansado da diabetes.
Tinha quatro filhos, dois
deles médicos -um hematologista- e quatro netos.
Morreu no dia 3, de ataque
cardíaco, aos 67 anos, em São
Paulo.
obituario@folhasp.com.br
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