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SP tem 2º caso de morte por suspeita de reação a vacina de febre amarela
Mulher de 79 anos morreu na capital paulista na segunda quinzena de janeiro
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirmou
ontem o segundo caso de morte
no Estado por suspeita de reação adversa à vacina contra a
febre amarela. Uma mulher de
79 anos que havia recebido
uma dose da vacina na capital
paulista morreu na segunda
quinzena de janeiro. O nome
dela não foi divulgado.
Segundo Clélia Aranda, diretora da coordenadoria de controle de doenças da Secretaria
da Saúde, as investigações feitas até agora pelo governo estadual não detectaram que a paciente tivesse alguma doença
que contra-indicasse a vacina.
Ela afirmou ainda que a paciente não iria viajar.
"Nós acreditamos que existam algumas condições individuais que façam com que umas
pessoas tenham reações mais
exacerbadas do que outras",
disse.
De acordo com ela, não há
restrição de idade máxima,
apenas para "baixo" -crianças
com menos de seis meses não
podem tomar a vacina.
Já o infectologista e professor da Unifesp Celso Francisco
Granato disse que, a partir dos
60 anos, é maior a chance de
acidente vacinal. Mas caso o paciente vá viajar para uma área
endêmica, a vacina é indicada.
Notificações
A morte da paciente de 79
anos em São Paulo foi uma das
24 notificações de reações adversas no ano no Estado, número que já supera o total do
ano passado. "Geralmente são
aplicadas de 400 mil a 450 mil
doses por ano, mas em 2008 já
foram 730 mil", disse Clélia.
Em 2008, além do caso divulgado ontem, também morreu a
enfermeira Marizete Borges de
Abreu, 43. Ela tinha ao menos
três contra-indicações para a
vacina: era portadora de lúpus
-uma doença auto-imune-,
usava corticóide continuamente e não pretendia viajar para
áreas de risco.
Marizete era enfermeira-chefe da UTI do Hospital Geral
de São Mateus (zona leste) e foi
vacinada no dia 17, em uma
Unidade Básica de Saúde.
Amostras de sangue das duas
pacientes foram enviadas para
investigação no Instituto Adolfo Lutz, que determinará se os
casos foram realmente de febre
amarela vacinal.
Além das duas mortes, outros quatro pacientes foram internados no Estado com meningite, dores musculares e icterícia após tomarem as vacinas. Atualmente, há apenas um
internado na região de Bauru.
Segundo a Secretaria da Saúde, só deve se vacinar quem for
viajar à região amazônica (para
áreas de mata e florestas) e os
Estados de GO, TO, MT e MS.
Até o dia 29 de janeiro, o Ministério da Saúde havia registrado 47 ocorrências de casos
suspeitos, todos em processo
de investigação. Destes, 21 pacientes foram hospitalizados. O
ministério não divulgou o número de casos de óbito.
(MÁRCIO PINHO)
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