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Serra recua, e preços para CNH voltam hoje
Após defender portaria que liberava reajuste de curso para renovar carteira, gestão tucana diz que houve "precipitação'
Governador decidiu afastar os responsáveis pela portaria; autoescolas terão de obedecer a limite de valores fixado desde 2005
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra
(PSDB) voltou atrás e decidiu
revogar a portaria do Detran-SP (Departamento Estadual de
Trânsito) que liberava reajustes ilimitados nos preços do
curso e da prova de direção defensiva e primeiros socorros
para quem renova a CNH.
Com a medida, os valores
máximos tabelados desde 2005
voltarão a valer já a partir de
hoje, segundo a Secretaria da
Segurança Pública: R$ 60 pelo
curso presencial, R$ 33 pelo
curso a distância e R$ 28 pela
prova eletrônica (para candidatos que estudam sozinhos).
Diversas autoescolas fixaram
preços 50% acima do antigo teto pelas aulas ou exame para renovar a carteira de habilitação
-com aval do Detran, que permitiu a liberação geral dos valores com a portaria 245/ 2010,
publicada no sábado, conforme
revelou a Folha.
A decisão de Serra foi acompanhada de uma ordem ao diretor do órgão de trânsito, Carlos José Paschoal de Toledo, de
afastar imediatamente os responsáveis pela portaria e de
apurar as suas condutas na
Corregedoria da Polícia Civil.
Apesar dos pedidos, as assessorias do Detran, da Secretaria
da Segurança Pública e de Serra não informaram quantos são
os afastados, seus nomes e os
cargos que ocupavam. A reportagem apurou que a permanência de Toledo estava sob risco.
O novo posicionamento da
gestão Serra foi revelado ontem à noite em nota oficial, na
qual a pasta da Segurança diz
que "constatou que houve precipitação por parte do Detran".
O governo, nos dois dias anteriores, defendeu de maneira
enfática a portaria do órgão. O
próprio Palácio dos Bandeirantes dizia que o Detran havia sido "obrigado" a liberar os preços por conta de decisão judicial de setembro de 2009.
Na época, uma juíza da 12ª
Vara da Fazenda Pública declarou a inconstitucionalidade do
limite de preços do curso e da
prova da CNH sob a avaliação
de que, por não constar de lei,
isso feria a livre iniciativa.
O Tribunal de Justiça sempre disse que a sentença só se
aplicava à autoescola de Campinas responsável pela ação.
Mas o governo vinha alegando
que ela valia para todas.
Anteontem, a gestão Serra
chegou a anunciar que pretendia voltar a limitar os preços
por meio de um projeto de lei a
ser enviado à Assembleia, em
vez de qualquer portaria.
Ontem, admitiu que a sentença de 2009 foi só em primeira instância, disse que a
Procuradoria-Geral do Estado
recorreu e que, enquanto isso,
os preços máximos ficarão restabelecidos com a mesma portaria que já valia desde 2005.
O presidente do sindicato
das autoescolas, José Guedes
Pereira, não havia sido informado da decisão até a conclusão desta edição.
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