São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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Aval para abate de capivaras gera disputa

Ambientalistas criticam decisão de matar animais, suspeitos de hospedar carrapato perigoso

MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS

A vida de 20 capivaras está no centro de uma polêmica entre a Prefeitura de Campinas (93 km de SP) e um grupo de ambientalistas da cidade.
O Ibama autorizou a prefeitura a sacrificar os animais, que vivem confinados em uma área pública chamada Largo do Café, pois suspeita-se de que sejam hospedeiras do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa (infecção bacteriana aguda que pode matar).
Defensores dos animais, porém, prometem questionar a decisão na Justiça.
Entre 2008 e 2010, três funcionários da administração municipal morreram em decorrência da doença após trabalhar no local, diz o secretário da Saúde de Campinas, José Francisco Keer Saraiva.
Nos últimos sete anos, outras quatro pessoas morreram após contrair a doença, segundo a secretaria.
Os ambientalistas planejam uma manifestação contra a decisão em frente ao Largo do Café, no domingo.
"A matança é inócua. Não vai resolver o problema da febre maculosa na cidade. O vetor é o carrapato, não a capivara", disse o presidente do Conselho de Defesa dos Animais, Flávio Lamas.
Para ele, a solução seria limpar e colocar inseticida em uma área de quatro metros no entorno do local.
Segundo o secretário da Saúde, o Largo do Café, que era uma área de recreação, está fechado para a população desde 2008 devido à infestação de carrapatos.
"O confinamento não trouxe resultado e conseguimos autorização para fazer o abate. Se as levarmos para outro local, há risco de contaminá-lo", disse Saraiva.
Ele afirmou ainda que o sacrifício ocorrerá nas próximas semanas e que, se não seguir a autorização do Ibama, pode ser responsabilizado por omissão pelo Ministério Público caso outro funcionário morra com a doença.
"Quero ver os ambientalistas defenderem as capivaras para as famílias dos funcionários mortos", provocou.


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