|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-dirigente aponta melhora progressiva
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A professora Maria Helena
Guimarães de Castro, que foi
secretária-executiva do Ministério da Educação no governo
anterior, reconheceu ontem
que a situação do ensino no
Brasil ainda não é boa, mas ressaltou que vem melhorando
progressivamente.
"Para mim, os números não
dizem nada se não forem comparados com o passado", disse
Castro, citando a queda nas taxas de repetência e reprovação
nos últimos oito anos e, por outro lado, aumento do número
de matrículas.
Para a ex-secretária-executiva, as discrepâncias entre as regiões no Brasil existem historicamente e vêm diminuindo
nos últimos anos. "Depois do
Fundef [fundo de valorização
do magistério" houve melhoria
dos indicadores educacionais."
Castro, que atualmente é secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social
de São Paulo, disse que relatórios de órgãos internacionais,
como Banco Mundial, "apontam que nunca houve ritmo tão
intenso de ampliação de matrículas como no governo Fernando Henrique Cardoso".
"O processo, que inclui correção de fluxo escolar, taxa de
repetência aceitável, só estará
resolvido em 2012 ou 2015,
quando completar o ciclo."
Para Castro, o novo governo
está encontrando situação melhor. "Em 1995, não havia estatísticas recentes. Agora, só três
países têm sistemas atualizados
de estatísticas: Inglaterra, Canadá e Brasil."
Para o atual presidente do
Inep, Otaviano Helene, a melhoria da qualidade do ensino
na rede pública depende também do aumento dos investimentos na educação.
Para ele, é fundamental expandir os gastos e investir em
aumento de salário para os
professores.
Segundo Helene, outro problema é a sistemática adotada
pelo governo para contabilizar
os gastos com educação, que
inclui, por exemplo, o custo
com hospitais universitários,
com professores aposentados e
com pesquisas.
De acordo com Helene, a
educação precisaria receber no
Brasil investimentos entre 7% e
10% do PIB (Produto Interno
Bruto, soma das riquezas produzidas no país).
Atualmente, o investimento
no setor (que inclui governo federal, Estados, municípios e
outros órgãos) está em 4,2% do
PIB, menos da metade do necessário.
(LC)
Texto Anterior: Educação: Só 59% concluem o ensino fundamental Próximo Texto: Alunos andam 16 km por dia para estudar Índice
|