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São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2003

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Ex-dirigente aponta melhora progressiva

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A professora Maria Helena Guimarães de Castro, que foi secretária-executiva do Ministério da Educação no governo anterior, reconheceu ontem que a situação do ensino no Brasil ainda não é boa, mas ressaltou que vem melhorando progressivamente.
"Para mim, os números não dizem nada se não forem comparados com o passado", disse Castro, citando a queda nas taxas de repetência e reprovação nos últimos oito anos e, por outro lado, aumento do número de matrículas.
Para a ex-secretária-executiva, as discrepâncias entre as regiões no Brasil existem historicamente e vêm diminuindo nos últimos anos. "Depois do Fundef [fundo de valorização do magistério" houve melhoria dos indicadores educacionais."
Castro, que atualmente é secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, disse que relatórios de órgãos internacionais, como Banco Mundial, "apontam que nunca houve ritmo tão intenso de ampliação de matrículas como no governo Fernando Henrique Cardoso".
"O processo, que inclui correção de fluxo escolar, taxa de repetência aceitável, só estará resolvido em 2012 ou 2015, quando completar o ciclo."
Para Castro, o novo governo está encontrando situação melhor. "Em 1995, não havia estatísticas recentes. Agora, só três países têm sistemas atualizados de estatísticas: Inglaterra, Canadá e Brasil."
Para o atual presidente do Inep, Otaviano Helene, a melhoria da qualidade do ensino na rede pública depende também do aumento dos investimentos na educação.
Para ele, é fundamental expandir os gastos e investir em aumento de salário para os professores.
Segundo Helene, outro problema é a sistemática adotada pelo governo para contabilizar os gastos com educação, que inclui, por exemplo, o custo com hospitais universitários, com professores aposentados e com pesquisas.
De acordo com Helene, a educação precisaria receber no Brasil investimentos entre 7% e 10% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país).
Atualmente, o investimento no setor (que inclui governo federal, Estados, municípios e outros órgãos) está em 4,2% do PIB, menos da metade do necessário. (LC)


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