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"Não volto mais", diz funcionário
DA REPORTAGEM LOCAL
A rotina de rebeliões no complexo do Tatuapé tem levado funcionários contratados emergencialmente a desistir do trabalho.
Agentes de segurança e educadores que começaram a atuar na
fundação no início deste ano disseram ter sido mal treinados e estar despreparados para enfrentar
a situação no complexo.
Davi da Silva, que entrou como
agente de segurança em janeiro e
estava na rebelião de ontem, afirmou que não volta mais. "Cheguei ao limite. Cada dia menos
gente volta [para trabalhar]." Silva é cunhado de um dos dois funcionários feridos com gravidade
na rebelião, Joni Peres.
Ele reclamou do treinamento
dado aos novos trabalhadores.
"Não nos passaram a estrutura
necessária. Eles [funcionários antigos] saíram pela porta da frente
e nós entramos pela dos fundos."
Outros funcionários confirmaram ter recebido um treinamento
que consideraram precário. Essa é
uma das causas apontadas por
eles para a série de rebeliões.
A falta de segurança e a diminuição no número de funcionários foram confirmadas pelo
coordenador estadual do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. Segundo ele, o déficit de pessoal é
mais grave durante a noite. Alves
afirmou que a reestruturação na
Febem foi feita de forma "muito
brusca" pela gestão Alckmin.
Alves confirmou que as condições de higiene no complexo não
são boas.
Protesto
Uma manifestação liderada pelo sindicato de funcionários da
Febem chegou ao complexo do
Tatuapé por volta das 14h de ontem. Eles protestavam contra a
demissão dos 1.751 monitores.
O sindicato voltou a criticar o
Estado pela reestruturação da instituição. Segundo eles, as demissões foram "arbitrárias" e os novos funcionários não foram preparados adequadamente.
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