São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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"Não volto mais", diz funcionário

DA REPORTAGEM LOCAL

A rotina de rebeliões no complexo do Tatuapé tem levado funcionários contratados emergencialmente a desistir do trabalho. Agentes de segurança e educadores que começaram a atuar na fundação no início deste ano disseram ter sido mal treinados e estar despreparados para enfrentar a situação no complexo.
Davi da Silva, que entrou como agente de segurança em janeiro e estava na rebelião de ontem, afirmou que não volta mais. "Cheguei ao limite. Cada dia menos gente volta [para trabalhar]." Silva é cunhado de um dos dois funcionários feridos com gravidade na rebelião, Joni Peres.
Ele reclamou do treinamento dado aos novos trabalhadores. "Não nos passaram a estrutura necessária. Eles [funcionários antigos] saíram pela porta da frente e nós entramos pela dos fundos."
Outros funcionários confirmaram ter recebido um treinamento que consideraram precário. Essa é uma das causas apontadas por eles para a série de rebeliões.
A falta de segurança e a diminuição no número de funcionários foram confirmadas pelo coordenador estadual do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. Segundo ele, o déficit de pessoal é mais grave durante a noite. Alves afirmou que a reestruturação na Febem foi feita de forma "muito brusca" pela gestão Alckmin.
Alves confirmou que as condições de higiene no complexo não são boas.

Protesto
Uma manifestação liderada pelo sindicato de funcionários da Febem chegou ao complexo do Tatuapé por volta das 14h de ontem. Eles protestavam contra a demissão dos 1.751 monitores.
O sindicato voltou a criticar o Estado pela reestruturação da instituição. Segundo eles, as demissões foram "arbitrárias" e os novos funcionários não foram preparados adequadamente.


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