São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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REPRESSÃO SELETIVA

A operação contra "suspeitos" que chegam de São Paulo à rodoviária de Curitiba visa coibir roubo de Rolex

De 80 fichados no PR, 1 foi preso por assalto

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Dos 80 passageiros suspeitos que foram fichados nesta semana pela Polícia Militar no desembarque de ônibus procedentes de São Paulo, apenas um teve, confirmadamente, participação em assalto em sinais de trânsito de Curitiba para roubo de relógios Rolex.
A informação é do capitão da PM Rui Barroso, que coordena a Operação Sinal Vermelho na rodoviária. Segundo ele, um dos quatro integrantes de uma quadrilha presa terça-feira à tarde, após o roubo a uma empresária, foi abordado e cadastrado no posto da PM, pela manhã.
Ontem a ação contra os "suspeitos" de São Paulo prosseguiu sem incidentes entre a PM e as 16 pessoas "convidadas" -até meados da tarde- a preencher o cadastro para justificar a viagem.
A Operação Sinal Vermelho foi determinada pelo secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, do governo Roberto Requião (PMDB), e funciona há duas semanas. Os desembarques de ônibus da linha São Paulo-Curitiba são filmados e fotografados e os passageiros que os policiais consideram suspeitos são "convidados" a apresentar documentos e a preencher uma ficha.
O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Furtos e Roubos, disse ontem que todos os presos em flagrante sob acusação de roubo de Rolex em Curitiba, na terça, saíram de Francisco Morato (SP).
Um foi preso meia hora após o assalto e os demais no momento que tomavam um ônibus, às 22h, de volta para São Paulo. O relógio estava no bolso de um deles. Segundo o delegado, já havia ficha sobre eles, inclusive com informações da polícia de São Paulo.
Na semana retrasada, uma equipe da Furtos e Roubos prendeu outra gangue que também teria saído de Francisco Morato e apresentaria passagem pela polícia por roubo de relógios de marcas caras, segundo Recalcatti.
O delegado disse ainda que um assaltante morto com um tiro na boca disparado por um juiz, no trânsito de Curitiba, há três semanas, também saiu de Francisco Morato. Em outubro do ano passado, o empresário Yared Yared Filho foi morto no trânsito e seu Rolex roubado, mas até hoje a polícia não elucidou o caso.
O promotor de Justiça Sylvio Roberto Kuhlmann, que coordena o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção aos Direitos Humanos, do Ministério Público do Paraná, disse ontem, por intermédio da assessoria de imprensa, que vai acompanhar a operação.


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